quarta-feira, 27 de novembro de 2024

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2,5 mil pessoas com hanseníase estão sem medicação no Pará, alerta deputado federal Cássio Andrade

Denúncia é do deputado federal Cássio Andrade, após contatos com prefeitos, que cobrou explicação do Ministério da Saúde e espera uma reunião
Medicações para hanseníase. (Foto: Sesa-ES / Divulgação / Imagem Ilustrativa)

O deputado federal Cássio Andrade (PSB-PA) faz um alerta: 2,5 mil paraenses estão sem medicação para hanseníase há quase três meses. Ele soube da situação após entrar em contato com a prefeitura de Nova Ipixuna e então descobriu que a situação vai além do município e do estado. No Brasil, cerca de 40 mil pessoas estariam sem medicação para a doença. Esse é um tratamento que não pode ser interrompido para que a cura seja alcançada. O problema estaria no Ministério da Saúde.

Há mais de um ano, aponta o deputado, o Pará enfrenta déficit na liberação deste medicamento. Com o objetivo de alertar sobre os vários riscos ocasionados pela interrupção dos tratamentos, ele fez um pronunciamento nesta quarta-feira (24), durante sessão no Plenário da Câmara, para que sejam tomadas providências urgentes junto ao Ministério da Saúde. Ele protocolou ofício exigindo uma audiência sobre o assunto junto à pasta federal.

 

O deputado federal Cássio Andrade, do PSB do Pará. (Foto: Câmara dos Deputados)

 

“Quero fazer um alerta sobre algo grave que está acontecendo com pessoas que fazem tratamento para hanseníase no Brasil. São mais de 40 mil pacientes que precisam de medicação mensalmente. No meu estado do Pará, mais de 2,5 mil pessoas que fazem tratamento estão com a medicação atrasada há três meses. Preparei ofício e estamos marcando uma audiência com o ministro da saúde para tratar desse assunto. A medicação já está no ministério, mas a logística está atrasando a entrega dessa medicação. Peço apoio à mesa diretora para que o ministério envie o mais rápido possível essa medicação”, disse Cássio Andrade, em declaração no Plenário da Câmara.

O que diz a Sespa

Por nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que “…atualmente, 2.582 pacientes com Hanseníase estão sendo atendidos no Estado e que o tratamento ocorre na Atenção Básica dos 144 municípios. A Unidade de Referência Marcello Cândia é para casos de atendimento especializado”.

“O medicamento que estava em falta desde o final de novembro de 2020 era para adultos com hanseníase multibacilar (MB). A Sespa, então, orientou os Centros Regionais a fazerem remanejamento entre os municípios para evitar prejuízo aos pacientes, o que foi feito até janeiro. No dia 17 de fevereiro foram destinados um total de 4.332 cartelas de medicamento para adultos e 312 cartelas para crianças, todos com hanseníase multibacilar. A quantidade é suficiente para suprir a demanda até 30 de abril de 2021. Cada cartela garante medicação para 28 dias por paciente”, seguia a nota da Sespa.


Sobre o atraso, “…os medicamentos usados no SUS vêm da Fundação Novartis, por meio de doação à Organização Mundial de Saúde (OMS), que repassa aos países onde a hanseníase é endêmica. As justificativas do Ministério da Saúde para a falta do medicamento foram questões alfandegárias, dificuldades dos laboratórios, questões burocráticas e a pandemia de covid-19”, concluiu a Secretaria.

(Victor Furtado, da Redação Fato Regional)