3º Diálogos Boi na Linha discute legalidade e responsabilidade socioambiental nas cadeias de carne e soja

Evento reúne autoridades, setor produtivo e sociedade civil para discutir o tema.
Produção de carne legal e rastreável: iniciativa discutida no 3º Diálogos Boi na Linha para garantir sustentabilidade e conformidade socioambiental.. (Foto: ©CNA / Wenderson Araujo / Trilux / todos os direitos reservados)

O 3º Diálogos Boi na Linha reuniu, em Brasília (DF), autoridades, membros do setor produtivo, representantes da sociedade civil e o Ministério Público Federal (MPF) para debater a legalidade e a responsabilidade socioambiental nas cadeias de carne bovina e soja.

Promovido pelo Instituto Imaflora, com apoio do MPF, o evento se consolidou como um espaço estratégico de diálogo sobre os desafios e oportunidades do agronegócio brasileiro.

Durante a abertura, na última quarta-feira (22), a coordenadora da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF (4CCR), Luiza Frischeisen, participou por vídeo e destacou o papel do MPF na promoção da legalidade ambiental e na responsabilização das cadeias produtivas que ainda contribuem para o desmatamento.

“Somos uma potência no agronegócio, mas é essencial que nossas atividades preservem os biomas e respeitem as populações tradicionais”, afirmou.

O procurador da República Ricardo Negrini, do Grupo de Trabalho Amazônia Legal, reforçou a importância de dialogar com todos os atores sociais para construir uma agenda sustentável coletiva.

“Resultados mais efetivos dependem de compromisso conjunto entre setor produtivo, governo e sociedade civil”, destacou.

Ampliação do debate: a cadeia da soja

Nesta edição, o Diálogos Boi na Linha incorporou a cadeia da soja às discussões, reforçando a necessidade de abordar impactos ambientais e econômicos de forma integrada. Transparência, rastreabilidade e regularização fundiária foram apontados como desafios comuns às cadeias de carne e soja.

Luiza Frischeisen ressaltou que o MPF atua para garantir produtos provenientes de áreas legalmente licenciadas e livres de desmatamento ilegal, por meio de parcerias com o setor produtivo, iniciativa privada e programas como o Carne Legal.

“Essa parceria é fundamental para avançarmos rumo a uma produção legal e responsável no Brasil”, disse.
Rastreabilidade e monitoramento

No segundo painel do evento, sobre legalidade nas cadeias da carne e da soja, o MPF destacou a importância da expansão de compromissos socioambientais e da rastreabilidade completa das cadeias produtivas.

Por meio de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com frigoríficos, o programa Carne Legal garante que a carne comercializada seja legal e livre de desmatamento ilegal.

O procurador da República Rafael Rocha explicou que os TACs não criam obrigações novas, apenas reforçam leis existentes, funcionando como mecanismos de monitoramento para identificar irregularidades e exigir correções.

O controle de fornecedores indiretos também foi enfatizado, permitindo mapear fazendas, geolocalizar trajetórias do gado e monitorar conformidade socioambiental.

Desafios e próximos passos

Durante o evento, foram discutidos desafios como transparência de dados ambientais, reinserção de produtores excluídos e monitoramento de fornecedores indiretos.

O MPF atua para garantir monitoramento eficaz e ampliação de compromissos socioambientais, consolidando uma produção de carne e soja legal, responsável e sustentável.

O 3º Diálogos Boi na Linha reforçou seu papel como espaço estratégico de articulação entre governo, setor produtivo e sociedade civil, promovendo debates que buscam fortalecer a sustentabilidade e a legalidade no agronegócio brasileiro.


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Ascom do MPF no Pará).

 

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