quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Povo Kayapó perde Tuíre, a icônica guerreira e ativista indígena que contestou a construção da Usina de Belo Monte

Tuíre Kayapó enfrentava um câncer e faleceu neste sábado (10), em Redenção, no Sul do Pará. A ativista teve uma carreira dedicada à luta pelos direitos de povos indígenas. Ficou conhecida mundialmente com a cena mais icônica de representação de uma guerreira: ela passou o facão no rosto do presidente da Eletronorte, em 1989, para contestar a criação da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Tuíre Kayapó, ou Tuira, estava com 54 anos. Ela deixa marido, duas filhas, netos e um legado de luta pelos povos indígenas do Brasil (Foto: Benjamin Mast / La Mochila Migrante / ISA)

Na manhã deste sábado (10), os povos indígenas do Brasil perderam uma das mais icônicas guerreiras e líderes ativistas: Tuíre Kayapó (ou Tuíra), a brava mulher que passou um facão no rosto do presidente da Eletronorte, em 1989, no Encontro das Nações Indígenas do Xingu, ao questionar a criação da usina hidrelétrica de Belo Monte. Ela enfrentava um câncer e faleceu em Redenção, no Sul do Pará.

 

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“O movimento indígena e o Brasil perderam uma das maiores lideranças do povo Kayapó. Tuíre Kayapó, uma guerreira incansável, ancestralizou e deixou um legado que jamais será esquecido. Sua luta, marcada por coragem e determinação, ecoará eternamente em nossos corações e nas futuras gerações”, comunicou a Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa), por nota.

A cena que eternizou a bravura de Tuíre Kayapó, no Encontro das Nações Indígenas do Xingu, em 1989 (Foto: Paulo Jaires / Arquivo)

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também lamentou a morte de Tuíre Kayapó: “Hoje nos despedimos da brava guerreira Tuíra Kayapó. Tive a honra de ouvir Tuíra cantando durante a minha posse como ministra. Para além de sua fortaleza, porque a vida exigiu que fosse, é assim também que nos lembraremos dela: ecoando seu canto e seu sorriso. Que os ancestrais te recebam, Tuíra. Seguiremos aqui honrando sua luta”.

O velório e sepultamento de Tuíre Kayapó será na aldeia Gorotire, na Terra Indígena Kayapó, onde ela morava. A comunidade fica a cerca de 60 quilômetros do centro de Cumaru do Norte, no Sul do Pará. Algumas lideranças indígenas devem comparecer. A guerreira tinha 54 anos. Mas à época da cena que a tornou mundialmente conhecida, tinha apenas 19 anos. Ela deixa o marido Kôkôto Kayapó (cacique “Dudu”), duas filhas e netos.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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