quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Tucumã, Ourilândia, Redenção e outros municípios do Sul do Pará têm céus cobertos por fumaça; queimadas aumentaram 248% na Amazônia

No dia em que um estudo do Monitor do Fogo / MapBiomas foi divulgado e trazendo um comparativo do aumento de queimadas no Brasil, sendo a Amazônia um dos biomas mais afetado, os céus de municípios do Sul do Pará amanheceram com fumaça densa. Já há alertas do Ministério da Saúde sobre a cautela com a exposição à fumaça que é tóxica.
O céu de Ourilândia ficou com uma fumaça densa desde cedo, nesta terça-feira, 27 (Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

A fumaça que cobriu o céu em vários estados do Brasil, nos últimos 15 dias, começou a ser percebida na região Sul do Pará. Nesta terça-feira (27), surgiram relatos e imagens de Tucumã, Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu e Redenção. Foi o mesmo dia em que um estudo do Monitor do Fogo / MapBiomas aponta que as queimadas aumentaram 248% no Brasil, no comparativo entre os meses de janeiro de 2023 e de 2024. A Amazônia foi o bioma mais afetado.

Veja mais imagens de registros da fumaça no Instagram do Fato Regional (@fatoregional):

 

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Dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente afirmam que 99% dos focos de incêndio foram ação humana. Para a Polícia Federal, que já realizou prisões por queimadas intencionais em Goiás e em São Paulo, há suspeita de uma ação coordenada e com interesses políticos. Essas ações, somadas com o tempo seco que atinge várias partes do Brasil, o risco de propagação e de os incêndios se alastrarem é muito maior.

Em meio à fumaceira dos incêndios no Norte e no Sudeste do país, o Ministério da Saúde orientou que a população evite a exposição ao ar livre e a prática de atividades físicas. Se as pessoas precisarem mesmo circular em ambientes abertos e com exposição à fumaça, que usem máscaras, bandanas ou outras formas de proteção, para evitar que partículas tóxicas sejam inaladas. O risco é maior para crianças e idosos, além de pessoas com alergias ou problemas respiratórios.

A fumaça também causou incômodos em Tucumã e São Félix do Xingu (Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

Em Redenção, Igor Soares, ainda se recuperando de uma virose, disse que acordou sentindo o ar mais pesado e com o cheiro forte de queimada. Nas redes sociais da cidade e nas ruas, várias pessoas comentavam o desagradável fenômeno. “Quando vi o sol, percebi que parecia haver um nevoeiro tão denso que dava pra ver o halo bem desenhado. Na rua, mesma coisa, parecendo que tudo estava com neblina. Muita gente reclamando e algumas assustadas”, disse.

Mais para a região da PA-279, em Tucumã, Ourilândia e São Félix do Xingu, várias pessoas reclamaram da fumaceira nos céus, preocupados que fossem queimadas nas áreas mais próximas, ocorrendo algo semelhante aos incêndios criminosos no eixo centro-sul do Brasil. Ou que fossem os nevoeiros de fumaça tóxica que começaram no Amazonas e se espalharam pelo Brasil.

Pará é o segundo estado com mais focos de queimadas na Amazônia

Pelos dados do Monitor do Fogo / MapBiomas, janeiro de 2023 representou um recuo das queimadas em relação a 2022. Porém, no primeiro mês de 2024, houve aumento de 248% em relação a janeiro de 2023. Foram 287 mil hectares queimados em janeiro de 2023 contra 1,03 milhão de hectares em janeiro de 2024.

Em Redenção, era possível até ver o halo do sol bem desenhado no céu devido à fumaça (Foto: Igor Soares / Acervo pessoal cedido ao Fato Regional)

Desse total, 941 mil hectares (91%) ficam na Amazônia, que foi o bioma mais afetado pelo fogo no período, principalmente em decorrência das queimadas que afetam a região Norte. Foi um aumento de 266% em relação ao mês anterior. O segundo bioma mais atingido foi o Pantanal, com 40.626 hectares.

Os três estados com maior área queimada em janeiro ficam na Amazônia:

  1. Roraima, com 413.170 hectares atingidos pelo fogo, representando aumento de 250% em relação a janeiro de 2023 e 40% do total de área queimada
  2. Pará, com 314.601 hectares queimados, representando 30% do total de área queimada
  3. Amazonas, com 95.356 hectares atingidos por fogo

Os dados do estudo são comparativos entre os meses de janeiro de 2023 e janeiro de 2024. Logo, ainda não havia começado a crise de queimadas que vem se estendendo há mais de um mês.

Por nota enviada ao Fato Regional, somente na noite desta quarta-feira (28), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que “…o Governo do Estado, em resposta a essas ocorrências, decretou, na última terça-feira (27), situação de emergência em todo o estado, proibindo a utilização de fogo, inclusive para limpeza e manejo de áreas. O objetivo é frear a escalada de focos de queimadas no território paraense, agravada pela emissão de fumaça, baixo índice de chuvas e deterioração da qualidade do ar, especialmente em municípios sob forte pressão ambiental. A Semas atua no monitoramento das condições climáticas e fornece dados para atuação em campo por parte do Corpo de Bombeiros Militar”.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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