Um complexo plano para matar um ex-policial e um candidato a vereador de Xinguara, no Sul do Pará, foi descoberto durante uma abordagem preventiva de agentes do 17º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Três pessoas foram detidas e um quarto suspeito, possível mandante do crime, foi identificado no Maranhão. As investigações seguem, com base na confissão dos membros do bando. Tudo seria para executar uma vingança, devido à morte de uma outra pessoa, que já tem julgamento marcado para outubro.
Tudo começou na última quarta-feira (11), quando estaria ocorrendo uma carreata de um candidato no centro da cidade. Denúncias anônimas apontavam uma pessoa suspeita de moto circulando e aparentemente armado. Ele parecia estar procurando alguém. De forma preventiva e com as características do suspeito, uma equipe do 17º BPM, sob o comando do tenente-coronel Aviz, começou a procurar pelo motociclista.
Parte 1: o motociclista suspeito
O suspeito foi encontrado na avenida Xingu e a perseguição terminou com a abordagem na avenida Francisco Caldeira Castelo Branco. O homem disse ser Izaias Pereira Ribeiro. Ele estava numa moto XRE 300 roxa (placa OBV-9797). Já na verificação da moto, os policiais descobriram se tratar de um veículo clonado e o dono do veículo original foi contatado, informando que a moto verdadeira estava num pátio de retenção da Semob, em Belém.
Parte 2: o crime por encomenda e o foragido
Izaias então disse aos policiais que estava apenas passando uma temporada em Xinguara e disse que os documentos dele estavam na casa onde estaria residindo temporariamente. Os agentes foram até o imóvel e, quando se aproximavam, perceberam que uma pessoa estava próxima e tentou fugir, mas foi rapidamente interceptado. Era Bruno da Cruz Carvalho, conhecido como “Bebezão”, que tinha um mandado de prisão contra ele, expedido pelo Poder Judiciário do Maranhão.
Parte 3: o comparsa que trabalhava em uma obra no quarte do 17º BPM
Questionados, Bruno e Izaias reconheceram estar envolvidos numa trama para executar um ex-policial militar do 17º BPM e um candidato a vereador. Com eles, também foi apreendida uma pistola Taurus 9 mm, com um carregador e 12 munições e 5 celulares. Eles disseram que o mandante do crime seria José Filho Lima Pinto, o “Pintinho”, do Maranhão. Por fim, disseram que havia outro comparsa: Walasse Pinto Pereira que, curiosamente, estava trabalhando em uma obra no quartel do 17º BPM.
Parte 4: a tentativa de suborno
Walasse foi capturado enquanto estava de serviço na obra do quartel do 17º BPM. Antes de serem apresentados à Polícia Civil, Bruno, como relataram os policiais, teriam tentado subornar os agentes com “uma pulseira de ouro, no valor de R$ 20 mil” e com a arma que havia sido apreendida. E assim, mais uma acusação pesou contra Bruno. Todos estão à disposição do Poder Judiciário, porém, apenas Bruno permanece preso. As investigações seguem.
Parte 5: a vingança pelo filho morto
Pelas investigações e confissões dos suspeitos, tudo seria uma vingança pela morte de um outro homem que seria filho de José Filho Pinto, o “Pintinho”. O ex-policial estava de férias no Maranhão e em uma festa. Ocorreu uma briga envolvendo o militar, que se defendeu com a própria arma. As identidades dos alvos do plano de assassinato serão mantidas sob sigilo para preservar a segurança deles.
O Fato Regional respeita o princípio da presunção de inocência e sempre abre espaço para a defesa dos mencionados em casos policiais — se os advogados ou envolvidos acharem conveniente quaisquer manifestações —, garantindo amplo direito ao contraditório.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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