quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Pesquisa mostra que 8 em cada 10 adultos dizem que celulares deveriam ser proibidos em escolas

Para 90% dos entrevistados, as crianças, atualmente, abandonaram outras brincadeiras devido ao uso do celular e outras telas. Outros 69% acreditam que a idade ideal para ter o primeiro celular é só a partir dos 13 anos. A pesquisa traz alguns dos prejuízos pelo uso constante de telas para o desenvolvimento de diferentes aspectos das crianças
Pela pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro, os adultos estçao preocupados com o uso excessivo de telas por crianças não só na escola, mas de forma geral (Foto: Nova Escola)

Após o Ministério da Educação comunicar que está elaborando uma forma de proibir ou limitar o uso de celulares em salas de aula, o Instituto Locomotiva e a QuestionPro divulgaram uma pesquisa sobre a percepção da população a respeito da medida. O resultado foi que oito em cada 10 adultos (80%) acreditam que os aparelhos deveriam ser proibidos nas escolas. Entre os familiares de alunos, 82% concordam com a proibição. Até adultos sem filhos (72%) apoiam.

Todas as faixas etárias de adultos, apontam o Locomotiva e o QuestionPro, se mostram favoráveis à restrição ou mesmo proibição de uso de celulares em escolas. Para pessoas com 61 anos ou mais, 87% apoiam a medida. “Essa é uma concordância transversal na sociedade, não existe divergência. E essa concordância atravessa gênero, idade, todos os perfis”, explica a gerente de pesquisa quantitativa do instituto, Gabrielle Selani.

Para 90% dos entrevistados, as crianças, atualmente, não querem mais brincar na rua por causa do uso do celular ou para assistir TV. Segundo a pesquisa, 69% acreditam que a idade ideal para ter o primeiro celular é a partir dos 13 anos, mas 86% acreditam que os jovens desejam ter um celular antes dessa idade.

A pesquisa contou com 1.491 entrevistas em todo o país, no período de 24 de junho a 8 de julho, abrangendo diversas regiões e perfis socioeconômicos. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. “Está clara a concordância sobre a proibição do uso de celulares nas escolas, mas, além disso, é preciso monitorar o tempo e o conteúdo em si. É preciso estar atento também sobre o que acontece fora do muro das escolas”, diz Gabrielle.

Entre os efeitos negativos do uso de celular na infância, segundo os entrevistados, estão vício em tecnologia, aumento da ansiedade e depressão, problemas de sono, desempenho escolar prejudicado, dificuldades nas relações sociais e exposição ao cyberbullying.

Para a gerente de pesquisa do Instituto Locomotiva, a pesquisa pode contribuir para a elaboração de legislações inclusivas sobre o tema. “A pesquisa ouviu a sociedade como um todo, pois é preciso universalizar o assunto. Essa é uma questão que vai afetar toda a sociedade, todos vamos sentir os impactos do uso sem controle das telas”. Além da medida anunciada pelo MEC, há discussões em andamento no Congresso Nacional.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Brasil)


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