O acampamento Oziel Chaves, do Movimento Sem Terra – Pará, em Canaã dos Carajás, é alvo de uma reintegração de posse. Agentes das polícias Civil e Militar foram ao local, na manhã desta quinta-feira (19), para cumprir o mandado judicial expedido pelo juiz Amarildo Mazutti. A ocupação ocorre em parte da área da fazenda Boi Gordo, há cerca de uma semana, e áreas da Vale na região Sudeste do estado.
Essa ocupação ocorre ainda no contexto da “Jornada de luta por direitos e reforma agrária popular”, apontada pelo MST Pará como uma mobilização em defesa de comunidades de 11 municípios do entorno da Estrada de Ferro Carajás. A ferrovia chegou a ser ocupada também, em protesto, entre os dias 3 e 4 de dezembro. O movimento, a Vale e o Governo Federal chegaram a iniciar um diálogo, mas as tratativas não avançaram.
O MST Pará alega ter duas pautas para as mobilizações e ocupações na região limítrofe entre Parauapebas e Canaã dos Carajás: uma vistoria do Incra de todas as áreas que podem ser destinadas à reforma agrária para o assentamento de 11 mil famílias cadastradas pelo Governo Federal na Região de Carajás; e identificação e retomada por parte do Incra de terras sob o domínio da Vale, que não tenham função minerária, também para destinação à reforma agrária.
Veja nota divulgada pelo MST:
“Mesmo estando comprovado que a empresa tem atuado como grileiro de terras públicas na região e do Movimento ter apresentado áreas de assentamentos federais griladas dentro da cidade possíveis para instalações do acampamento, a empresa e o juiz querem levar as famílias para um galpão, um campo de concentração, na cidade.
O Juiz Mazutti expediu ontem, às 15h, uma nova ordem de despejo, incluindo áreas da VALE em interdito proibitório, numa clara articulação para desmobilizar o acampamento. Também denunciamos a ostensiva força policial que se mobiliza contra os trabalhadores. Contraditoriamente, o governo do estado e a empresa tem deixado de cumprir com o compromisso de construir a escola de ensino médio no assentamento Palmares II alegando não haver recursos.
Mas para violentar os pobres sempre há dinheiro público. Hoje seguimos em negociação, com as famílias resistindo em seu território. Reiteramos o compromisso do Movimento para uma saída dialogada e pacífica. Não vamos tolerar imposições judiciais que não dão dignidade e segurança as famílias e sua luta”
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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