Censo 2022: Pará apresenta idade média de fecundidade mais baixa do Brasil, com 26,8 anos

A mudança acompanha um aumento na idade média em que as mulheres têm filhos, passando de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022, um acréscimo de cerca de 6,8%.
(Foto: ₢Fotorech / Pixabay / Via Agência Brasil / Imagem Ilustrativa)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio dos dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados na última sexta-feira (27), apresenta um panorama detalhado das significativas transformações na população brasileira.

Um dos pontos mais relevantes é a queda na Taxa de Fecundidade Total (TFT). Em 1960, a média era de 6,28 filhos por mulher, mas o número baixou para apenas 1,55 em 2022 – queda de aproximadamente 75,3%.

A mudança acompanha um aumento na idade média em que as mulheres têm filhos, passando de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022, um acréscimo de cerca de 6,8%. Conforme o IBGE, entre as Unidades da Federação, a idade média de fecundidade mais alta foi a do Distrito Federal (29,3 anos) e a mais baixa, a do Pará (26,8 anos).

Sem filhos

O Censo também destaca um crescimento no percentual de mulheres que chegam ao fim de sua idade reprodutiva – geralmente considerada até os 49 anos – sem ter tido filhos. Esse percentual era de 10,0% em 2000 e subiu para 16,1% em 2022, conforme dados do IBGE. Essa tendência, embora observada em todas as regiões do Brasil, apresenta taxas e proporções variadas entre os diferentes grupos populacionais.

Essas diferenças são notadas especialmente quando se analisam os dados por características como raça e cor, nível educacional e filiação religiosa das mulheres, revelando como fatores socioeconômicos e culturais influenciam diretamente as decisões sobre fertilidade em distintos segmentos da sociedade brasileira contemporânea.

50 a 59 anos

Em 2022, o Rio de Janeiro apresentava o maior percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos (21%), enquanto Tocantins registrava o menor (11,8%). Adicionalmente, o IBGE detalha que a maior TFT entre grupos de cor ou raça em 2022 foi a das mulheres pardas (1,68 filho por mulher) e a menor, a das mulheres brancas (1,35), sendo a TFT das mulheres indígenas a mais alta de forma geral (2,84). Mulheres com ensino superior completo tinham a menor TFT (1,19 filho por mulher), e as mulheres espíritas a menor TFT entre os grupos religiosos (1,01).

Movimentos populacionais

O Censo 2022 também detalha os movimentos da população dentro do território nacional e a chegada de novos moradores estrangeiros. O IBGE informa que 19,2 milhões de brasileiros vivem fora de sua região de nascimento.

Deste contingente, 10,4 milhões são originários da Região Nordeste, e um fluxo expressivo direcionou 6,8 milhões desses cidadãos para residir na Região Sudeste, o que corresponde a aproximadamente 65,4%. As regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento. Em contraste, a Região Centro-Oeste (73,4%) apresentou o menor índice.

Analisando os saldos migratórios entre 2017 e 2022, Santa Catarina registrou o maior ganho líquido de migrantes, com um aumento populacional de 354 mil pessoas, representando uma adição de 4,66% à sua população total. Esse fenômeno marca uma mudança histórica, uma vez que São Paulo tinha o maior saldo desde 1991.

São Paulo, por sua vez, apresentou saldo migratório de -90 mil pessoas, com taxa líquida de migração de -0,20%, sendo o primeiro resultado negativo desde 1991. Mesmo com essa perda líquida, o estado segue sendo o principal centro migratório do Brasil, recebendo 736 mil e perdendo 826 mil migrantes entre 2017 e 2022.

Regiões

A Região Sul obteve o maior saldo migratório regional positivo no período 2017-2022, com aproximadamente 362 mil pessoas. Em contraste, o Rio de Janeiro registrou o maior saldo migratório negativo, com -165 mil pessoas, e o Distrito Federal apresentou o segundo maior saldo negativo, com -99,593 mil pessoas.

No Nordeste, a Paraíba se destacou com o primeiro saldo migratório positivo desde 1991 (31 mil indivíduos), sendo o único estado da região a registrar taxa positiva no ano de 2022, impulsionado por fluxos de São Paulo (22,3%) e Rio de Janeiro (20,0%).

Aumento na Imigração

Em relação à migração internacional, o IBGE aponta que o Brasil registrou, pela primeira vez desde 1960, um aumento no número de imigrantes. A população de residentes estrangeiros no país cresceu de 592 mil, em 2010, para 1 milhão, em 2022 (70,3%). Esse fenômeno reflete uma mudança na tendência observada nas décadas anteriores, visto que desde o Censo de 1960, o país vinha apresentando uma redução do número de estrangeiros e naturalizados brasileiros, sendo o número atual o maior total desde 1980 (quando registrou 1,1 milhão).

Esse crescimento é impulsionado principalmente pela chegada de imigrantes de países latino-americanos, em especial a Venezuela (272 mil). A população de estrangeiros nascidos na América Latina saltou de 183 mil, em 2010, para 646 mil, em 2022. Ao passo que, entre os europeus, houve uma redução de 263 mil para 203 mil no mesmo período.

A proporção de imigrantes oriundos da América Latina passou de 27,3%, em 2010, para 72,0%, em 2022, enquanto a participação de fluxos provenientes da Europa reduziu de 29,9% para 12,2%, e da América do Norte de 20,4% para 7,0%. O fluxo mais recente, entre 2018 e 2022, já é responsável pela maior parte das pessoas nascidas no exterior residindo no Brasil, com 399 mil imigrantes nesse quinquênio.


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Secom/Governo Federal)

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