A nona semana da Operação de Desintrusão da Terra Indígena Kayapó (OD-TIKAY) marca uma virada no cenário de Cumaru do Norte, no sul do Pará. A presença firme e contínua das forças federais vem provocando uma retração significativa da atividade garimpeira ilegal, especialmente nas áreas urbanas do município, onde a circulação de garimpeiros diminuiu drasticamente. A operação iniciou em 2 de maio deste ano.
A área total da TI é de 3.284 mil hectares, com população indígena estimada de 6,3 mil habitantes. A TI fica localizada entre os municípios de Bannach, Cumaru do Norte, Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu, no sul do Pará.
Dados do Censipam confirmam a tendência: os alertas de novas áreas de garimpo dentro da Terra Indígena Kayapó caíram 95% entre maio e junho de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior. O monitoramento via satélite registrou uma redução de 71,46 hectares em 2024 para apenas 3,84 hectares em 2025, evidenciando a eficácia das ações de contenção e repressão.
Informações de inteligência revelam que grupos que antes atuavam livremente na exploração ilegal dos recursos naturais da TIKAY estão deixando a região ou evitando operar, diante da intensificação das fiscalizações. Deslocamentos noturnos, antes comuns, foram desarticulados com a presença ostensiva das forças de segurança.
Um dos impactos mais expressivos da operação é o prejuízo financeiro imposto às estruturas ilegais. Apenas na última semana, a destruição de maquinários e acampamentos resultou em perdas estimadas em R$ 2,4 milhões para os criminosos. No acumulado da operação, os prejuízos ultrapassam R$ 83,6 milhões.
Esse novo cenário tem contribuído para a redução de práticas criminosas frequentemente associadas ao garimpo ilegal, como o tráfico de drogas, comércio clandestino de combustíveis, porte de armas e outras formas de violência. A presença do governo federal por meio da OD-TIKAY tem ampliado a percepção de segurança entre a população local, que agora convive com um ambiente mais controlado e menos tensionado.
A eficácia da operação também pode ser observada no deslocamento de garimpeiros para outras regiões e na interrupção de atividades em áreas antes intensamente exploradas. Barreiras de controle, fiscalização em estradas vicinais e postos de combustíveis, além da destruição direta de estruturas ilegais, têm sido estratégicas para impedir o avanço da mineração dentro do território indígena.
Coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, a operação integra 20 órgãos federais, incluindo Polícia Federal, Ibama, Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Força Nacional de Segurança Pública e Exército. O Censipam, órgão vinculado ao Ministério da Defesa, fornece inteligência e apoio operacional para definição de alvos e rotas. Aeronaves do Ibama garantem deslocamentos rápidos e operações em áreas de difícil acesso.
A continuidade da OD-TIKAY e a atuação coordenada entre diferentes órgãos federais reafirmam o compromisso do governo com a proteção dos povos indígenas, a preservação do meio ambiente e o enfrentamento qualificado às redes criminosas que atuam na Amazônia.

(Da Redação do Fato Regional, com informações da Secom/Governo Federal)
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