Pará inicia rastreabilidade animal e abre caminho para novos mercados

Com uso de tecnologia e práticas sustentáveis, o Pará implementa rastreabilidade individual do rebanho bovino e fortalece a competitividade da carne no mercado nacional e internacional.
O objetivo do programa é identificar todos os animais em trânsito até 2026 e, a partir de 2027, alcançar a totalidade do rebanho estadual.(Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

O Pará deu mais um passo importante na pecuária. Após ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação, o estado realizou o primeiro abate de bovinos identificados individualmente pelo Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA).

O lote, com 20 animais de Marabá, foi destinado ao frigorífico JBS/Friboi, sob inspeção federal, com todo o processo monitorado da fazenda ao abate.

Meta: rebanho 100% identificado até 2027

O SRBIPA integra o Programa de Pecuária Sustentável e Rastreabilidade Individual de Bovinos, lançado em 2023 durante a COP28, em Dubai.

O objetivo é identificar todos os animais em trânsito até 2026 e, a partir de 2027, alcançar a totalidade do rebanho estadual.

O projeto é conduzido pelo Governo do Pará, por meio da Adepará, Semas e Seaf, em parceria com o setor produtivo.

“CPF” para cada animal

O sistema utiliza dois brincos em cada bovino ou bubalino: um visual (amarelo) e outro eletrônico (azul), equipado com tecnologia de radiofrequência (RFID).

O método funciona mesmo sem internet e garante precisão no rastreamento.

“É como se cada animal tivesse um CPF. Isso traz agilidade no controle sanitário e fortalece a defesa pecuária”, explica Barbra Lopes, gerente da Adepará.

Para pequenos produtores, com até 100 animais, os brincos são fornecidos gratuitamente.

Em regiões de forte atividade pecuária, como Altamira e Xinguara, a Adepará conta com empresas parceiras para auxiliar no processo.

Tecnologia que valoriza a produção

No arquipélago do Marajó, o produtor Joélcio Fernandes já usa o sistema na criação de búfalos. Em sua propriedade de 138 hectares, sendo 50 de preservação, ele destaca os benefícios da tecnologia.

“O sistema informa peso, vacinas e todo o controle sanitário. É um diferencial para garantir qualidade e origem da carne”, avalia.

Para o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo, a rastreabilidade é decisiva para manter o status livre de aftosa. “Ela coloca a pecuária paraense em um novo nível de organização e qualidade”, afirma.

Acesso a mercados e inclusão

Além de reforçar a segurança sanitária, o programa garante acesso a mercados mais exigentes. A iniciativa também promove a inclusão produtiva, por meio da Requalificação Comercial prevista no TAC da Carne, que permite a produtores com áreas embargadas retornarem ao mercado mediante recuperação ambiental.

“O programa une inovação, responsabilidade e inclusão. É um passo decisivo para que a pecuária paraense avance em sustentabilidade sem deixar ninguém para trás”, destaca o secretário de Meio Ambiente, Raul Protázio Romão.


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará).

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