Amazônia sob risco: circulação do Atlântico pode enfraquecer e reduzir chuvas até 2100

Estudo aponta ameaça inédita nos últimos 6.500 anos, com impactos diretos sobre a região mais preservada da floresta.
Cientistas da Alemanha, Suíça e Brasil apontam que o norte da Amazônia pode sofrer forte redução de chuvas. (Imagem: CEN/Universität Hamburg)

Um estudo internacional publicado na Nature Communications alerta que a Circulação Meridional do Atlântico (Amoc), um dos principais sistemas que regulam o clima global, pode sofrer um enfraquecimento inédito até o fim deste século.

Essa alteração histórica pode deslocar as chuvas tropicais e reduzir drasticamente a pluviosidade no norte da Amazônia – justamente a área mais preservada da floresta.

A Amoc funciona como uma “esteira oceânica” que transporta calor e nutrientes entre o sul e o norte do Atlântico.

Desde o fim da última glaciação, manteve relativa estabilidade, mas os dados atuais combinados a modelos climáticos indicam que a ação humana pode romper esse equilíbrio.

Segundo o pesquisador Cristiano Mazur Chiessi, da USP, a diminuição da circulação afetará o regime de chuvas não só na América do Sul, mas também na África e na Ásia.

Na Amazônia, o norte da floresta corre risco de perder sua função de “porto seguro” da biodiversidade, tornando-se vulnerável em meio ao avanço do desmatamento em outras regiões.

O enfraquecimento da Amoc pode configurar um ponto de não retorno no clima global. Embora não seja possível afirmar se a mudança já começou, os cientistas alertam que a janela de ação é curta.

A COP30, em novembro, em Belém, é considerada uma oportunidade crucial para ampliar os compromissos de enfrentamento à crise climática.

Veja estudo mais completo aqui.

 


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp).

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