Pesquisa transforma rejeitos da mineração em materiais de alto valor e reduz impactos ambientais

Projeto da UFPA, com apoio da Fapespa, utiliza resíduos do caulim para produzir zeólitas com potencial de aplicação industrial e sustentável.
Zeólita produzida a partir de rejeitos de caulim: em pó (à direita) e em pellets (à esquerda). (Foto: Fapespa)

A mineração e a metalurgia no Pará, atividades estratégicas para a economia, enfrentam desafios relacionados à geração de resíduos e emissões poluentes.

Para mitigar esses impactos, pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), com apoio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), desenvolvem um projeto que converte rejeitos sílico-aluminosos do beneficiamento de caulim em materiais de alto valor agregado.

O presidente da Fapespa, professor Marcel Botelho, ressalta que a iniciativa mostra como ciência e tecnologia podem conciliar conservação da Amazônia com negócios sustentáveis, fortalecendo o Plano Estadual de Bioeconomia.

O Pará ocupa posição estratégica no setor de caulim, com forte presença da Imerys Rio Capim Caulim (IRCC).

Apesar da relevância econômica, o processo gera toneladas de rejeitos, em sua maioria caulinita, que podem ser reaproveitados.

A pesquisa propõe a síntese de zeólitas, aluminossilicatos usados como adsorventes para líquidos e gases.

Palestra sobre “Modelagem matemática em adsorção: cinética, isoterma e curva de ruptura”, ministrada para estudantes e docentes de graduação e pós-graduação na UFRGS. (Foto: Fapespa)

Segundo o coordenador do estudo, professor Diego Cardoso Estumano (UFPA), transformar esse material de baixo valor em zeólitas é uma solução econômica e ambiental, capaz de reduzir passivos da mineração.

As amostras serão testadas em soluções contaminadas por metais pesados, apoiadas por análises computacionais e modelos matemáticos, com potencial aplicação em colunas de tratamento.

O projeto também fortalece a cooperação entre a UFPA e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio de parceria com a professora Liliana Amaral Féris, do Programa de Engenharia Química.

Realizados no Laboratório de Simulação e Biologia Computacional (Simbic/UFPA), os estudos devem ser concluídos em dezembro.

Estumano destaca ainda que o financiamento da Fapespa tem papel decisivo para viabilizar pesquisas e apoiar a formação de novos pesquisadores, já que o aporte privado ainda é reduzido na região.


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Fapespa).

 

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