Helder Barbalho defende mais financiamento climático para acelerar proteção da Amazônia

Durante fórum no Rio de Janeiro, governador do Pará reforça papel do Brasil e da COP30 na transformação da agenda ambiental em ações concretas.
“Floresta viva precisa valer mais que floresta morta”, disse o governador Helder Barbalho, durante sua fala no Fórum de Líderes Locais da COP30, no Rio de Janeiro. (Foto: Jonathan Pinto/Ag. Pará)

O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu nesta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro (RJ), a ampliação do financiamento climático como condição essencial para acelerar a proteção da Amazônia e impulsionar o desenvolvimento sustentável.

A declaração foi feita durante o Fórum de Líderes Locais da COP30, realizado no Museu de Arte Moderna, que reuniu autoridades nacionais e internacionais e marcou o compromisso conjunto de governos subnacionais com a ação climática, rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém.

Durante o painel “Parceria Climática na Prática: O Modelo do Brasil”, Helder esteve ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, com moderação de Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30.

No Fórum de Líderes Locais da COP30, no Rio de Janeiro, Helder Barbalho reforçou o papel do Pará e do Brasil na construção de soluções amazônicas para o mundo. (Foto Jonathan Pinto/Ag. Pará)

Em sua fala, o governador destacou a importância do evento como marco simbólico da contagem regressiva para a conferência global.

“Nós estamos acostumados a fazer roadshows pelo mundo para apresentar nossas ideias. Agora, será o único evento que estará na Amazônia, em Belém, e é o momento de mostrarmos o que já está sendo implementado e o que precisa de apoio para ganhar escala”, afirmou o governador.

Helder também ressaltou a urgência do financiamento climático para transformar compromissos em resultados concretos.

“As urgências climáticas colocam exatamente esta emergência de mobilização. É necessário financiamento para que as ideias possam ser transformadas em realidade”, destacou.

O governador enfatizou o trabalho do Pará na redução do desmatamento e na criação de políticas inovadoras que agregam valor à floresta viva.

“Floresta viva precisa valer mais do que floresta morta. Criamos o Plano Estadual de Bioeconomia e inauguramos o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia para transformar nossa biodiversidade em ativo de desenvolvimento sustentável”, explicou.

Financiamento climático e inclusão social

Ao abordar o mercado de carbono, Helder destacou que o Pará está estruturando, com o seu Sistema Jurisdicional de REDD+, um modelo sólido e participativo, construído com comunidades tradicionais, extrativistas, indígenas, quilombolas e agricultores familiares.

O governador reforçou que a transição verde precisa ser acompanhada de inclusão social.

“A principal missão de quem vive na Amazônia é cuidar da floresta e cuidar das pessoas. Não há justiça climática sem justiça social”, pontuou.
Helder afirmou que a COP30 em Belém será uma oportunidade inédita para o mundo compreender a realidade amazônica.

“Nós precisamos aproveitar a COP em Belém para que todos que falam sobre nós, mas nunca colocaram o pé na floresta, entendam: nós somos árvore, mas nós somos gente. Abaixo da copa das árvores vivem 29 milhões de brasileiros”, disse.

Carta dos líderes locais

O Fórum foi encerrado com o painel “De Paris a Belém: Um Chamado à Ação”, moderado por Antha Williams (Bloomberg Philanthropies), e contou com as participações de Laurence Tubiana (Fundação Europeia do Clima), Tony Evers (governador de Wisconsin, EUA) e Igor Normando (prefeito de Belém).

Em seguida, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, leu a declaração final “De Paris a Belém”, documento que expressa o compromisso dos líderes locais com a ambição climática e a cooperação internacional rumo à COP30.

“Seguimos para Belém com a carta dos líderes locais. Que a COP de Belém seja um sucesso, a partir também da liderança do presidente Lula. Que essa conferência traduza a ambição em ações concretas e mobilize o financiamento climático. Dez anos depois de Paris, o mundo volta seus olhos para Belém, cheio de esperança”, afirmou Hidalgo.

Encerrando o evento, Helder Barbalho, anfitrião da COP30 e liderança subnacional de destaque na agenda climática, reforçou o papel do Pará como articulador das soluções amazônicas para o mundo.

“O Brasil tem uma oportunidade única de liderar pelo exemplo, equilibrando desenvolvimento e proteção ambiental. Desbloquear o financiamento climático será essencial para transformar compromissos em resultados reais”, concluiu.


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará).

 

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