A sociobioeconomia ganhou protagonismo nesta terça-feira (11) na COP 30, em Belém, durante os debates realizados no espaço do Banco da Amazônia, na Green Zone.
No painel “Bioeconomia, conservação da natureza e resiliência climática: vetores de transformação sustentável” e na mesa-redonda “Como escalar cadeias produtivas na Amazônia?”, representantes do governo federal, do setor financeiro e de organizações da Amazônia destacaram que a região pode se tornar o laboratório global de um novo modelo econômico — desde que políticas públicas, crédito e mercado caminhem juntos.
Segundo William Saab, coordenador-geral de Desenvolvimento da Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Brasil vive um momento decisivo.
“Temos uma série de anúncios importantes aqui na COP 30. É um caminho inicial. Hoje lançamos o Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia, a Taxonomia Sustentável Brasileira e o programa Prospera Sócio Bio. A política pública orienta e induz a atuação de entes públicos e privados”, afirmou.
Para ele, o protagonismo de Belém impulsiona a criação de negócios comunitários e consolida a Amazônia e o Brasil como referências globais.
“A Amazônia é protagonista dessa agenda, não só para o restante do Brasil, mas para o mundo”, reforçou.
O enviado especial da Bioeconomia na COP 30, Marcelo Behar, ressaltou que a sociobioeconomia une desenvolvimento e preservação.
“Ela junta redução de emissões, geração de riqueza e manutenção da atividade econômica. Precisamos produzir a partir dos recursos da floresta — e não contra ela”, destacou.
Do lado dos empreendedores amazônicos, a principal mensagem foi a necessidade de um sistema financeiro adaptado à realidade regional. Representantes da Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio) defenderam mecanismos de financiamento compatíveis com o perfil dos pequenos produtores e empreendimentos locais.
Paulo Reis, presidente da Assobio, destacou que o avanço depende de políticas que reconheçam as particularidades da Amazônia.
“A floresta tem tempos e lógicas próprias. Queremos políticas que reconheçam o valor de quem gera renda dentro dela”, afirmou.
A empresária Lígia Tatto, sócia-diretora da Urucuna, complementou que o setor privado também precisa se adaptar.
“A resiliência climática tem sido cobrada das comunidades tradicionais, mas o mercado também precisa se ajustar — com novas regras tributárias, linhas de crédito e métricas de risco compatíveis com a dinâmica amazônica”, disse.
O consenso entre os participantes é claro: a sociobioeconomia deixou de ser apenas um conceito e se afirma como projeto econômico real, capaz de transformar a Amazônia e inspirar modelos sustentáveis em escala global — desde que acompanhada por crédito acessível, políticas de longo prazo e valorização das comunidades que mantêm a floresta viva.

(Da Redação do Fato Regional, com informações da Assessoria de Imprensa da Assobio).
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