Especialista em Direito alerta para práticas abusivas durante as compras da Black Friday

Crescimento das compras online exige mais cuidado com golpes, prazos e políticas de devolução.
Foto: Freepik.

À medida que a Black Friday se aproxima, no fim de novembro, consumidores começam a acompanhar promoções e organizar listas de compras, especialmente no ambiente online, onde as ofertas surgem antes da data oficial. Para José Ricardo Suter, professor de Direito da Wyden, esse também é o período em que a atenção aos direitos do consumidor precisa ser reforçada, já que aumentam os golpes e as práticas abusivas.

Ele lembra que o consumidor tem direito a informações claras e completas sobre o produto ou serviço: preço final, condições de pagamento, prazos de entrega, garantia e características. “A transparência é um princípio básico do Código de Defesa do Consumidor e vale tanto para lojas físicas quanto virtuais. Quando faltam informações ou são usados artifícios que induzem ao erro, estamos diante de uma prática abusiva prevista no artigo 39 do CDC”, afirma.

No ambiente digital, um dos pontos mais importantes é o direito de arrependimento: o cliente pode desistir da compra em até sete dias corridos após o recebimento, com reembolso integral. “Essa regra existe justamente porque o consumidor não teve contato direto com o item antes da compra”, explica o professor. O mesmo vale para serviços e produtos digitais, como cursos on-line, desde que o uso ainda não tenha sido iniciado.

Nas lojas físicas, a dinâmica é diferente: a troca de produtos sem defeito depende da política de cada estabelecimento. “Muitos comerciantes flexibilizam prazos ou facilitam trocas, mas a obrigação legal só existe quando há defeito comprovado”, completa Suter.

Ele reforça que, na correria das promoções, é essencial desconfiar de preços muito abaixo do mercado, sites desconhecidos e páginas sem selos de segurança. “Verifique a procedência, mantenha os comprovantes e, quando possível, use intermediadores de pagamento ou cartões virtuais temporários para aumentar a proteção.”

Para Suter, a Black Friday pode ser uma boa chance de economizar, desde que o consumidor esteja informado e atento. “Conhecer seus direitos e adotar medidas de precaução é o caminho mais seguro para aproveitar as ofertas sem dor de cabeça”, conclui.

 


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Eko Comunicação)

 

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