O Governo Federal anunciou novas medidas para enfrentar a dependência em jogos de aposta – especialmente as plataformas digitais conhecidas como bets – que têm ampliado casos de vício, endividamento e impactos psicológicos no país. O pacote foi firmado nesta quarta-feira (3) em acordo de cooperação técnica entre os ministérios da Saúde e da Fazenda, com foco na prevenção, cuidado e proteção dos usuários.
Uma das principais iniciativas é a criação de um serviço de teleatendimento em saúde mental dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), previsto para iniciar em fevereiro de 2026. O suporte será realizado em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, com capacidade inicial de 450 atendimentos mensais, número que poderá ser ampliado conforme a demanda. O objetivo é facilitar o acesso ao cuidado especializado para pessoas com compulsão por apostas.
Outra ferramenta que compõe o pacote é a plataforma de autoexclusão, que permitirá que usuários que desejem interromper o vício solicitem bloqueio do acesso a sites de apostas, tornando o CPF indisponível para novos cadastros e para o recebimento de publicidade do setor. O recurso entra em funcionamento em 10 de dezembro.
De acordo com estudo recente citado pelo Ministério da Saúde, as bets causam prejuízo anual de cerca de R$ 38,8 bilhões ao país, somando danos financeiros, sociais e emocionais. Para acompanhar esse cenário, o acordo prevê ainda a criação do Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas, que funcionará como canal permanente de troca de informações entre as pastas e auxiliará na identificação de padrões de dependência.
“Com os dados, poderemos reconhecer sinais de compulsão e localizar essas pessoas. Nossas equipes estarão preparadas para oferecer acolhimento e apoio psicológico”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacando que o objetivo é aproximar o SUS dos usuários em risco.
Além do teleatendimento, também serão disponibilizadas orientações sobre como buscar tratamento na rede pública, com informações integradas ao aplicativo Meu SUS Digital e à Ouvidoria do SUS. A Linha de Cuidado para Pessoas com Problemas Relacionados a Jogos de Apostas também foi lançada, padronizando protocolos e prevendo tanto atendimento presencial quanto remoto.
(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Brasil).
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