sábado, 23 de novembro de 2024

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Ministro da Educação sobre vestibular trans: “mandamos voltar atrás e ponto”

Ministro da Educação dá de ombros a questionamentos sobre ataque à autonomia universitária em edital da Unilab. Bolsonaro concorda.
“Pra mim é indiferente questionarem ou não nossa determinação. Era ilegal o que estavam fazendo, mandamos voltar atrás e ponto”, sentenciou Weintraub.
Bolsonaro também comentou o caso, no mesmo tom: “Não podemos permitir o ativismo, em respeito às famílias. Reservar um concurso para não binários (eu não sabia o que era, não vou falar para vocês em respeito a vocês), mas não faz sentido reservar vagas para eles. Botamos um ponto final!”, disse o presidente, sem se importar com possíveis questionamentos jurídicos pela admissão da intervenção.

Juristas e a Comissão Especial de Diversidade Sexual e Gênero do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) avaliam que a admissão do governo federal de que agiu diretamente para reverter a ação da Unilab está em clara violação à autonomia garantida às universidades desde 1988.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, as “universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial.” Dessa maneira, não caberia ao Executivo interferir nas decisões tomadas por ela. Assim, exigir que a Unilab voltasse atrás teria sido uma atitude inconstitucional.

Weintraub fez uma ressalva, após a primeira declaração categórica, imperiosa: “Agora, se for para a Justiça, que cumpra-se a lei. Eu sou um legalista, não sou visceral nessa determinação, se for para Justiça e mandarem voltarmos atrás vamos cumprir”.

OAB prepara ação

A advogada Chyntia Barcellos, secretária-geral da Comissão Especial de Diversidade Sexual e Gênero do Conselho Federal da OAB, acredita que será necessária a intervenção de instâncias superiores. Para ela, é inconstitucional a decisão tomada pelo MEC.

“A comissão vai emitir uma nota jurídica técnica, ainda nesta semana, falando que não concorda com a suspensão do edital, porque acredita que a universidade não está contrariando a Lei de Cotas. Enviaremos um ofício para a Defensoria Pública da União dando ciência da nota e solicitando providências para o caso de propositura de uma ação civil pública pelo órgão. A gente pode questionar tudo isso na Justiça. Essa, como tantas outras medidas tomadas pelo governo federal, é arbitrária e não leva em consideração a diversidade do nosso país”, completa Chyntia Barcellos.

 

 

Fonte: Portal Metrópoles