Saque do FGTS deve animar paraenses, que estão em lista de mais endividados

Valor de R$ 500 cobre apenas 20% dos R$ 3 mil que são a dívida média da população brasileira.

Com a liberação de saques das contas ativas e inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), confirmada pelo Governo Federal em anúncio realizado na tarde desta quarta-feira, 24, em Brasília, os moradores dos quinze Estados mais endividados da federação, grupo do qual o Pará faz parte, devem utilizar o dinheiro para amortizar suas dívidas. É o que afirma o economista Luís Carlos Silva, que é também conselheiro do Conselho Regional de Economia de Pará e Amapá (Corecon-PA/AP).

O montante de R$ 500, no entanto, cobre apenas 20% dos R$ 3 mil que configuram a dívida média da população brasileira. O presidente Jair Bolsonaro declarou que pretende injetar R$ 42 bilhões na economia com a soma dos valores sacados em 2019 e 2020.

Para o especialista, os paraenses devem ter calma e “só sacar o dinheiro em caso de extrema necessidade”. Na avaliação dele, a medida do governo responde à necessidade do momento de “pré-recessão” que vive as finanças do país. “De fato, algo precisava ser feito com urgência para movimentar a economia, que está passando por uma situação muito difícil. As empresas não estão estimuladas a investir. No entanto, acredito que essa injeção de dinheiro terá efeito apenas temporário”, reflete.

O economista afirma ainda que, apesar de “preferir esperar pra ver”, para gerar emprego e renda a liberação dos recursos do fundo podem não trazer o resultado esperado. “Acredito que, na história do Brasil, esse tipo de medida só ocorreu com a liberação do PIS (Programa de Integração Social) no governo Temer, que teve continuidade com Bolsonaro, mas teve resultados pífios. A meu ver, os investimentos do Estado são o que pode fazer a roda da economia voltar a girar”, avalia.

Como informa o calendário preparado pela Caixa Econômica Federal (CEF), os saques poderão ser feitos a partir de setembro deste ano. Além do saque imediato de até R$ 500, a equipe econômica do Governo Bolsonaro anunciou também a liberação do que chamou de Saque-Aniversário a partir de 2020, quando o trabalhador poderá retirar anualmente um percentual do seu dinheiro disponível no Fundo. Os trabalhadores que escolherem a migração para o Saque Aniversário terão que esperar pelo menos dois anos para voltar ao modelo atual, se desejarem desfazer a mudança.


Quem optar por sacar anualmente um porcentual do fundo no mês de aniversário, de acordo com o governo, não poderá mais sacar os recursos em caso de rescisão do contrato de trabalho. Os interessados em migrar para esta modalidade terão que comunicar a Caixa Econômica Federal, a partir de outubro de 2019.

 

 

Fonte: Oliberal.com

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