Os criminosos que invadiram o terminal de cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde de quinta-feira (25), levaram 750 kg de ouro avaliados em US$ 29,2 milhões. Na conversão atual, o montante equivale a R$ 110,2 milhões. Nenhum suspeito foi preso.
Os metais estavam em 31 malotes que seriam levados de avião para Nova York, nos Estados Unidos (24 malotes, com 565,50 kg), e Toronto, no Canadá (sete, com 153,4 Kg).
O grupo de oito homens fortemente armados invadiu o terminal de cargas por volta das 14h30 em duas viaturas clonadas da Polícia Federal, sem placas (uma modelo Triton e a outra, uma Pajero Dakar).
No terminal, roubaram o ouro que estava dentro de caixas de metal. Os homens estavam com roupas de policiais federais, distintivos, encapuzados, com pistolas, fuzil e carabinas.
Os criminosos mantiveram o encarregado de despacho e a família dele refém na noite anterior, e assim, tiveram acesso a informações privilegiadas. Todos foram liberados sem ferimentos após o roubo.
Depois da fuga, as viaturas clonadas foram abandonadas no Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo. Os ladrões entraram em uma caminhonete S-10 e utilizaram uma ambulância para transporte da carga roubada.
Viaturas da PF clonadas que foram usadas em assalto milionário
no Aeroporto de Guarulhos — Foto: Kleber Tomaz/G1
Depoimentos
Nove pessoas prestaram depoimentos ao longo da madrugada desta sexta (26) no prédio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Zona Norte de São Paulo.
Falaram à polícia sobre o crime o funcionário e duas mulheres mantidos reféns; o casal dono do galpão onde os veículos falsos da PF foram abandonados; dois funcionários do aeroporto e outros dois da transportadora de valores.
Policiais fizeram a perícia nos carros abandonados e recolheram impressões digitais. Segundo a polícia, os carros clonados como veículos da Polícia Federal (PF) não são roubados. No entanto, seus proprietários ainda não foram localizados.
A GRU Airport, concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, disse em nota que o roubo não prejudicou o embarque e desembarque de passageiros, e que não houve tiroteio nem feridos.
A Brink’s, responsável pelo transporte do ouro até o terminal, informou que “está colaborando com as autoridades competentes para apuração do ocorrido” desembarcam um refém e dois homens encapuzados, que começam a orientar os funcionários.
Em seguida, outro encapuzado sai da caminhonete e se junta ao grupo, enquanto outro criminoso desembarca e se prepara para ajudar na ação.
O veículo fica estacionado com as portas abertas, enquanto o grupo coordena a manobra da carga em uma empilhadeira dirigida por um funcionário até a caçamba e ajeita os produtos do roubo.
A maior parte dos funcionários que estava no local continua ali, assistindo ao crime.