O uso de telefones celulares nas casas da população da região Norte teve aumento de cerca de 25% em dez anos, entre 2008 e 2018. No ano passado a faixa de domicílios com a presença de celulares foi de 89,7% a 91,2%, enquanto que em 2008 a variação foi de 65,5% a 70,8%. Os dados são da pesquisa TIC Domicílios 2018, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, órgão ligado ao Comitê Gestor da Internet.
A cada ano, um novo estudo é lançado avaliando os números da conectividade da população brasileira e hábitos de uso das tecnologias. A amostra desta edição considerou 23,5 mil domicílios em 350 municípios. Quando os telefones fixos nas residências nortistas são o tópico analisado pelo levantamento, também entre 2008 e 2018, o resultado é uma diminuição de 12 pontos percentuais, em média.
Em 2008, os dados apontam que o número de famílias com telefones ficava entre 17% e 23,4%. Já em 2018 o quantitativo do mesmo aparelho foi registrado em uma faixa entre 10% e 14,8% dos domicílios. O contraste entre os números demonstra que a população do Norte passou a priorizar a telefonia móvel em detrimento dos telefones fixos.
O aposentado Sebastião Ferreira da Silva, 70 anos, adquiriu o primeiro celular em 2004, mas, segundo ele, não utilizava tanto quanto nos dias atuais. Recentemente, comprou um “smartphone”, que passou a fazer parte de sua rotina. Para ele, hoje as pessoas de sua geração são mais próximas dos aparelhos do que pessoas idosas há alguns anos. “Passou a fazer parte da minha vida, principalmente em razão da família, para me comunicar com todos. Além de telefonar, também me comunico pelo Whatsapp”, conta.
Apesar da intimidade com o aparelho, Sebastião não aderiu ao uso de aplicativos de celulares da mesma maneira que fez com as redes sociais. Segundo ele, por motivo de segurança. “Para resolver questões bancárias, como fazer consultas, pagar contas, ter informações, eu preciso ir até o banco. Não confio em resolver essas questões por celular. Prefiro ir até lá”, afirma.
Em âmbito nacional, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) 2017, divulgada em abril deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que entre os anos de 2016 e 2017 houve um incremento de 92,3% para 92,7% na proporção de domicílios do país onde pelo menos um morador possuía telefone celular.
A pesquisa também mostra que na telefonia fixa a queda no período foi de 34,5% para 32,1%. Quando trata de informações regionais específicas, a pesquisa afirma que a telefonia celular teve os menores percentuais nas regiões Norte (88,8%) e no Nordeste (89,1%). Sudeste (93,9%), Sul (95,0%) e Centro-Oeste (96,9%) tiveram os melhores desempenhos no serviço.
A presença de telefone fixo, por sua vez, mostrou maior diferença regional: o Sudeste registrou a maior proporção (47,0%), seguida do Sul (35,8%) e do Centro-Oeste (29,0%). Nordeste (12,6%) e Norte (10,6%) apresentaram as menores proporções. O telefone celular cresceu em todas as regiões entre 2016 e 2017, com destaque para o Norte (de 88,1% a 88,8%).
Fonte: Oliberal.com