sábado, 23 de novembro de 2024

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São Félix do Xingu lidera queimadas no começo de setembro; veja lista das 10 cidades da Amazônia com mais focos

Cidade do Pará acumulou 128 focos na semana, seguida por Lábreas (AM) e Feijó (AC), conforme o Programa Queimadas, do Inpe. O Pará tem 3 cidades na lista das 10 com mais queimadas entre domingo (1º) e quinta-feira (5).

O município de São Félix do Xingu, no Pará, foi a cidade da Amazônia que registrou o maior número de focos de queimadas entre domingo (1º) e quinta-feira (5), de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em agosto deste ano, o número de focos de queimadas na Amazônia foi o maior dos últimos 9 anos.

Os dados do Inpe colocam o município paraense em primeiro lugar em queimadas no período, com 128 focos. Em seguida, vem Lábrea (AM), com 122 focos. Em terceiro lugar está Feijó (AC), com 115 focos. O sistema do Inpe usa como referência imagens produzidas pelo satélite Aqua, que pertence à agência espacial dos Estados Unidos (Nasa).

De acordo com o Exército Brasileiro, cerca de 150 militares estão sendo empregados na Operação Verde Brasil no sudeste do Pará, onde fica São Félix do Xingu. As Forças Armadas dizem que os agentes estão sendo empregados em ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais e no combate a focos de incêndio.

São Félix faz parte da lista de municípios “ficha suja” junto ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), ou municípios que estão entre os maiores desmatadores da Amazônia, atualizada pela última vez em 8 de setembro 2017 – o Decreto que a estipulou é o nº 6.321/2007.

Chamadas de “municípios prioritários para monitoramento e controle do desmatamento”, essas cidades precisam cumprir uma série de exigências para conseguir sair da lista do ministério. Enquanto não o fazem, enfrentam restrições, por exemplo, no crédito agrícola e no comércio — muitas indústrias não compram carne ou madeira proveniente desses município.

Top 10

Veja abaixo a lista das 10 cidades da Amazônia com mais focos de queimadas no período.

O dia com mais focos nesta semana foi a segunda-feira (2). São Félix teve 79 focos de queimadas naquele dia. Veja abaixo a localização dos focos naquele dia.

Desde o início do ano, o município acumulou mais de 2,5 mil focos de queimadas, de acordo com o Inpe. A quantidade de focos aumentou especialmente no último mês de mês de agosto. O pico no número de focos foi na tarde do dia 17 de agosto, quando o sistema captou 318 focos.

Pecuária em crescimento

O município de São Félix Xingu é conhecido nacionalmente por ter o maior rebanhos bovino do país, com mais de 2,24 milhões de cabeças de gado em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com um relatório da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), a cidade viu seu rebanho bovino crescer 23,47% entre 2008 e 2018, totalizando 2.238262. Em 20 anos, o crescimento foi de 822,2%.

E o estado do Pará aumentou seu rebanho em 30,33% nos últimos dez anos e, em 2018, ele foi estimado em 20.010.944 cabeças.

Também os dados do IBGE é possível indicam aumento no tamanho do rebanho bovino de São Félix nos últimos 10 anos. O IBGE tem esses dados somente até 2017.

São Félix do Xingu tem uma área de 84.212,932 km², segundo o IBGE, um território maior do que toda Escócia e um pouco menor do que Portugal. A cidade fica a mais de 1.000 km da capital do estado, Belém (PA), e tem 128, 5 mil habitantes.

O município abriga a Terra Indígena Apyterewa, território tradicional do povo Parakanã.

Alertas de desmatamento em 2019

Além disso, São Felix do Xingu é o segundo com a maior área com alertas de desmatamento nos últimos 6 meses, de acordo com o Deter, sistema que também é do Inpe. Desde 1º de março de 2019, foram emitidos 1.619 alertas no município, para uma área estimada em 376,7 km².

O primeiro lugar no mesmo período é Altamira, também no Pará, com 1.223 alertas para 467,4 km².

Para toda a Amazônia, o Deter emitiu 25.100 alertas desde 1º de março, referentes a uma área de 6.003,4 km². Somente no mês de agosto, foram 8.927 alertas, tendo como referência uma área de 1.574,5 km².

Fonte: G1 Pará