O Brasil, no Mundial de Natação Paralímpica, conquistou o 11º lugar com cinco medalhas ouros, seis pratas e seis bronzes, total de 17. A Itália surpreendeu o mundo paralímpico com a primeira colocação no geral com 20 ouros. Superou a anfitriã Grã-Bretanha (19 ouros), e a Rússia (18), segundo e terceiro respectivamente. O campeonato foi realizado no Parque Olímpico Rainha Elizabeth, em Londres.
Do lado brasileiro registrou um feito histórico. Pela primeira vez, as mulheres superaram os homens no total de pódios. Elas foram responsáveis por nove láureas. A participação feminina é um dos vetores estratégicos do CPB – Comitê Paralímpico Brasileiro. A delegação de 27 atletas em Londres contou com doze mulheres, o dobro do número que representou o país na Cidade do México, em 2017.
Coincidência ou não, a última medalha brasileira no Mundial londrino veio de braçadas femininas. A cearense Edênia Garcia foi bronze nos 100m nado livre da classe S3. Nesta mesma prova, a paulista Maiara Barreto terminou na quarta colocação.
“Esta foi a prova mais difícil do Mundial para mim, porque eu treino para os 50m costas, agora abriu os 100m livre em Tóquio, e eu quero disputá-la, estou começando a treinar para ela, é preciso nadar duas vezes o 50m, mas que bom que saiu esse bronze”, contou.
Edênia nadou para 2min06s02, atrás da mexicana Patrícia Valle (2min03s18). A americana Leanne Smith foi campeã com 1min36s49. Leanne é mais um caso de atleta reclassificada pelo IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês) e que caiu de classe. Até 2017 ela competia e era campeã na S4, para atletas com menor comprometimento físico-motor do que na S5 porém, diferentemente de Edênia, não há qualquer registro de enfermidade degenerativa que justificasse a mudança de classe da competidora dos Estados Unidos.
Daniel Dias chegou à incrível marca pessoal de 40 medalhas em Mundiais. Desde Durban 2006, até Londres 2019, ele vive uma rotina incessante de pódio. Neste domingo, ele fez uma prova espetacular nos 100m livre da classe S5. Concluiu em segundo lugar com o tempo de 1min09s02.
“Eu queria fazer esta final na casa de 1min08. Há um bom tempo que não chego nesta marca. Mas hoje [domingo] só de quase chegar neste tempo eu já acho que foi muito bom. A ideia era ter passado os primeiros 50 metros um pouco mais forte, mas tudo bem, só tenho a agradecer a Deus por estar aqui”, disse um sorridente Daniel na zona mista após a prova, que desde 2015 não nadava abaixo de 1min10s. O brasileiro que nasceu em Campinas, há 31 anos, com má formação congênita, e hoje mora em Bragança Paulista, São Paulo, volta de Londres com quatro medalhas.
O próximo Mundial de Natação Paralímpica será em 2021, em Funchal, na Ilha da Madeira, Portugal.
Fonte: Oliberal.com