segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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Justiça interdita atividades de empresa acusada de atuar como milícia em fazendas do sudeste do Pará

Segundo MPF, a empresa vem atuando como milícia armada contratada por fazendeiros para ameaçar e expulsar moradores de área ribeirinha que pertence à União. PRF prendeu oito pessoas na localidade sob suspeita de formação de milícia.

A Justiça Federal suspendeu, nesta terça-feira (15), as atividades da empresa de vigilância e segurança Marca em torno da região do Lago dos Macacos, do projeto de assentamento Diamante e da Associação Flor do Brasil, entre os municípios de Marabá e Itupiranga, no sudeste do Pará. No final do mês de setembro, oito pessoas foram presas na localidade sob suspeita de formação de milícia.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a empresa vem atuando como milícia armada contratada por fazendeiros para ameaçar e expulsar moradores de área ribeirinha que pertence à União. Ribeirinhos denunciaram à Polícia Rodoviária Federal (PRF) que estavam sendo ameaçados. Durante a ação policial, além das prisões, quatro revólveres, quatro espingardas e 52 munições foram apreendidas.

De acordo com o MPF, esses presos faziam parte da empresa Marca, que era contratada por grandes fazendeiros da região que buscavam expandir os lotes de terra. A empresa, portanto, deveria invadir os pequenos lotes dos ribeirinhos, para que eles fossem anexados às terras dos contratantes.

A decisão do juiz federal Heitor Moura Gomes também suspendeu as atividades de demarcação e expansão das fazendas, e o contrato da empresa Marca com os demais réus da ação, os fazendeiros Marcos Antônio Fachetti, Marcos Antônio Fachetti Filho e Rafael Bemerguy Sefer, filho do ex-deputado estadual Luiz Sefer.

Os réus também estão proibidos de contratar seguranças armados para atuação nas fazendo e do entorno das áreas citadas pelo MPF e pelas famílias ribeirinhas, salvo na hipótese de franca demonstração da necessidade urgente de utilização desse tipo de segurança.

Fonte: G1 Pará