terça-feira, 26 de novembro de 2024

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Preço do gado sobe motivado pela entressafra do pasto

No Pará, arroba está entre R$ 155 e R$ 157

A arroba do boi gordo, que é o equivalente a 15 quilos, em média, teve alta histórica no preço divulgada na semana passada. No estado do São Paulo, de acordo com o indicador Esalq/B3, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), houve aumento de 4,35%, atingindo a marca de R$ 199,25, o que supera a máxima histórica de abril de 2015, de R$ 191,89, tendo em vista a inflação do período. A União das Indústrias Exportadoras de Carne (Uniec) afirma que a tendência de alta é também observada no Pará e que a principal causa é o período de entressafra do pasto. Em território paraense, a arroba está entre R$ 155 e R$ 157.

O presidente da Uniec, Francisco Victer, atribui à diminuição da oferta de carne, que ocorre periodicamente a partir de junho, a alta nos preços identificada. “Está mais caro mas isso não é surpresa para quem acompanha os ciclos do produto no país. A parti de junho, quando em alguns locais diminui a quantidade de chuvas, a terra fica mais seca e, por isso, o pasto também diminui, o que faz com que o gado fique mais magro e os produtores prefiram não vender. Então, como diminui a oferta, o preço sobe, como todos sabem. A indústria oferece um preço maior para estimular a venda”, diz o produtor.

Victer aponta ainda que, no Pará, “diferente do que tem circulado em sites e nas redes sociais”, a exportação não é um motivo relevante para a diferença dos preços, embora a China, segundo ele, deva se tornar um importante comprador de carne do país nos próximos meses.

“No Pará, não podemos falar que a exportação é causadora de aumento da carne, já que entre 2018 e 2019, nos períodos de janeiro a outubro, caiu a quantidade de carne exportada. No ano passado, exportamos 50.916 toneladas, enquanto que, neste ano, caímos para 48.639 toneladas, o que significou uma diminuição de 2.300 toneladas. E os nossos principais parceiros comerciais ainda são os países do Oriente Médio, com a Turquia. A China deve comprar mais aos poucos. A queda da exportação, muitas vezes, é causada pela valorização do mercado interno. Para os pecuaristas, esse período de entressafra do pasto, que vai de junho a janeiro, é muito bom, pois o produto é valorizado”, afirma.

Éric Queiroz, dono de um restaurante e açougue em Belém, conta que precisou subir o preço de alguns de seus produtos devido aos reajustes da carne, mas teve que manter uma média praticada pelo mercado, para não perder para os concorrentes. “O bife de chã ficou na mesma faixa da maioria, de R$ 25 a R$ 27. Acho que ainda teremos aumentos entre 25% e 27%, mas a partir de janeiro começa a cair, com o período de safra”, projeta.

As ações de empresas dedicadas ao segmento de carne bovina também avançaram. Os papéis da companhia de alimentos Marfrig Global Foods, no ano, registram alta de 91%, e os da JBS acumularam aumento de 126%. As ações da empresa Minerva, por sua vez, cresceram 438%.


Os títulos da Minerva também foram beneficiados pelo anúncio de que a companhia assinou, na primeira semana de outubro, um memorando para formar uma associação com empresários chineses e atuar na distribuição de carne bovina na China. O país tem hoje 15% do mercado global de carne bovina, e a sua demanda nesse segmento é crescente após o seu rebanho de suínos ter sido destruído pela peste suína africana.

 

Fonte: O Liberal