segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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MPF pede anulação de título de propriedade de fazenda invadida em Marabá

Fazendeiros invadiram cerca de 5,2 mil quilômetros quadrados de terras da União às margens do rio Tocantins
Mapa elaborado pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) indica que quase a totalidade da fazenda Lago Vermelho é área de várzea (em roxo) (Reprodução / MPF)

Depois de quatro meses de investigação, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou nesta quinta-feira (20), na Justiça Federal em Marabá, sudeste do Pará, uma ação civil pública para anular o título de propriedade da fazenda Lago Vermelho, dos fazendeiros Rafael Bemerguy Sefer e Elia Henry Tasca, que invadiram cerca de 5,2 mil quilômetros quadrados de terras da União às margens do rio Tocantins. A ação pede a declaração de nulidade do título irregular, o cancelamento da matrícula do imóvel, a proibição de novos registros e a retirada dos grileiros da área.

As investigações começaram no final de setembro do ano passado, após ribeirinhos moradores tradicionais das margens do Tocantins irem até o MPF denunciar ameaças, invasões e violências promovidas pelos grileiros na tentativa de expulsá-los da fazenda. Os fazendeiros já respondem a processo por formação de milícia rural, ao lado dos proprietários da fazenda Beira-Rio. Elia Henry Tasca, um dos detentores de titulo de propriedade da fazenda, é paraguaio e tem residência no Rio de Janeiro (RJ).


A Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que concedeu autorizações de uso das terras para os ribeirinhos, confirmou ao MPF que a maior parte da fazenda Lago Vermelho está em terras de várzea que pertencem à União e não podem ser alienadas nem exploradas economicamente, por se tratar de área de preservação permanente. Apenas ribeirinhos podem ocupar esse tipo de área. “É imprescindível o cancelamento definitivo da matrícula e do registro imobiliário, proibindo novo registro na área indicada como pertencente ao patrimônio da União”, diz o MPF.

 

 

Fonte: O Liberal