segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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Especialistas da UPFA e UFRA afirmam que pico da Covid-19 no Pará será em 14 de maio

O Governo do Pará, que já conseguiu a liberação de 400 respiradores, prossegue as estratégias de atendimento a pacientes de Covid-19
O Hospital de Campanha montado no Hangar já conta com o reforço de médicos contratados pelo Estado/ Foto: Jader Paes / Ag.Para

O avanço do novo coronavírus no Pará tem assustado, com os últimos boletins com média de 70 casos novos e alguns dias em que os registros chegam a mais de casos novos em um único dia, com um saldo até ontem, 23, de 53 mortes oficialmente. Porém, o quadro que já é assustador é apenas o início da epidemia no Pará, onde o pico real ainda está previsto para o dia 14 de maio, data em que o estado deve confirmar 12 mil novos casos em 24 horas, segundo afirmam pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade Federal do Pará (UFPA).

O mais grave é que a projeção estatística indica que o número total de infectados só no Pará pode chegar a 200 mil pessoas, caso não sejam seguidas nos próximos dias as medidas de distanciamento social. As projeções são do Laboratório de Sistemas Ciberfísicos (Lasic), que analisou dados da pandemia e fez previsões até o dia 6 de maio.

O professor Glaube Marques, da UFRA, afirma que a precisão das projeções são acima de 90%, e uma das confirmações se deu com os dados da última quinta-feira, 23, em que a previsão era de 1,280 casos, e o Pará terminou o dia com 1.260 casos confirmados. “Nós tínhamos a projeção de que a partir do dia 23 de abril  o Pará teria 1.280 casos, e se a gente for analisar hoje, os números ficaram muito próximos disso”, explica o professor.

Para fazer as projeções, o sistema do laboratório utiliza os próprios dados divulgados oficialmente pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Em parceria com pesquisadores internacionais, os especialistas paraenses agora trabalham para analisar curvas relacionando o isolamento social aos casos de Covid-19. “Com esse isolamento, a gente vai reduzir o pico, achatar essa curva, e o número de infectados poderá ser menor”, explica Marques.

Segundo ele, os estudos estatísticos podem ajudar a saber onde a curva deve parar e ajudar a elaborar planejamentos para lidar com a pandemia, que teve no Pará o primeiro caso confirmado em 18 de março.


Os pesquisadores alertam que o pico da doença previsto para 14 de maio é apenas o auge da doença, que deve continuar com registros de caso e ir baixando também proporcionalmente. “Importante entender que o pico não significa que vai parar de ter novos infectados. O pico quer dizer que a quantidade de novos infectados por dia vai reduzir, mas ainda vai estar em uma quantidade elevada”, afirma Diego Estumano, pesquisador da UFPA.

Uma das variações que podem ocorrer será exatamente por conta da subnotificação de casos oficiais, um fato real, segundo os pesquisadores. “Infelizmente a população que precisa ser testada é muito maior que a quantidade de testes disponíveis. Então esses valores, apesar de parecerem absurdos, na verdade estão sendo subestimados”, afirma Estumano.

Fonte: Roma News