A 20ª edição do Big Brother Brasil parece ter reacendido o interesse do público pelo reality, que há alguns anos não conseguia emplacar tanta audiência como em 2020. O formato do programa, que constantemente precisou ser reinventado pelo diretor Boninho, parece ter acertado na receita deste ano. A grande decisão, que foi, inclusive, adiada, finalmente chegou. Hoje, o público conhecerá a vencedora, numa final totalmente feminina, da premiação milionária de um reality cujo elenco foi um dos que mais gerou engajamento do público. No “top 3” das finalistas, Manu, Rafa e Thelma conquistaram internautas e telespectadores, cada um do seu jeito e com torcidas ferrenhas.
Último eliminado do BBB20, Babu era um dos favoritos para conquistar o prêmio, mas saiu da casa mais vigiada do Brasil na noite de sábado, 25, com 57,15% dos votos. A votação agora é para quem deve vencer o prêmio de R$ 1,5 milhão do BBB20.
A mistura de participantes anônimos e artistas, que inicialmente ficou separada na casa como “VIP” e “Pipoca”, respectivamente, foi uma fórmula certeira para atrair o público das redes sociais para a atração televisiva, em uma tendência de conversão de diferentes mídias, no caso televisão e internet, que vem se mostrando cada vez mais frequente.
Desta vez, ao contrário de edições passadas, o vencedor ainda é imprevisível. Os “fiscais” da internet foram responsáveis por “cancelar” cada um dos participantes da casa mais vigiada do Brasil, apontando ferozmente atitudes ou declarações dos confinados consideradas preconceituosas. A cada semana, o favoritismo ao prêmio de 1,5 milhão mudava de “dono”, o que foi responsável por um tempero que manteve milhões de espectadores e internautas atentos ao programa.
Para o cantor Jeff Moraes, que acompanha o BBB20, as polêmicas declarações dos participantes refletem o pensamento do povo brasileiro de modo geral. “Assim como a (edição) de 2019, acho que foi muito vitrine social, muito reflexo da nossa vida aqui fora mesmo. Deixou de ser um mero entretenimento pra se tornar uma vitrine social onde a gente consegue enxergar o comportamento das pessoas dentro da casa e refletir muito sobre o comportamento das pessoas na atual sociedade”, declarou ele.
No decorrer da disputa, alguns influenciadores digitais aparentemente super queridos na web mostraram que, desta vez, não havia o favorito. A eliminação de Bianca Andrade, a Boca Rosa, e do hipnólogo Pyong Lee revelou que um grupo cativo de fãs na internet não seria o suficiente para vencer o programa, que tornou-se imprevisível a cada eliminação e com disputas acirradas de torcidas na web. Nesse jogo, famosos como Bruna Marquezine, Anitta e Neymar entraram na “onda” e fizeram campanha pelos participantes a quem dedicavam a torcida.
O caminho tortuoso da atração levou Marcela e Gizelly do favoritismo ao “hate”, em poucas semanas. Aos poucos, o exército das fadas sensatas foi se desfazendo e, além da dupla de amigas, Ivy e Gabriela também deixaram a casa. Já Mari, que até o final foi amiga inseparável até a eliminação da polêmica Flayslane, ganhou o carinho do público nos momentos finais da competição.
Para Jeff Moraes, as várias nuances do jogo foram um dos motivos que o prenderam em frente à TV. “Algumas edições eu acompanhava, outras menos, mas essa edição de 2020 me chamou bastante atenção, primeiramente como o jogo foi conduzido. Acho que as coisas ficaram bem equilibradas, acho que foi um elenco muito bom. O que mais me chamou atenção foi a curva dramática da edição, que começou com as meninas todas protagonizando. Depois me chamou atenção do recorte social. Os participantes negros da casa sofreram muito racismo, tanto dentro da casa quanto fora e a gente consegue perceber o quanto nossa sociedade ainda está adoecida em relação a racismo, machismo, homofobia. Acho que isso espelhou muito nesse BBB20”, pontuou ele.
Animados com participação de um confinado do Pará no reality, os paraenses não se identificaram tanto assim com o representante da terra, Hadson Nery. De modo geral, ele não agradou ao público e acabou sendo eliminado na terceira berlinda do confinamento. Na época, a rejeição do paredão triplo foi grande: o brother saiu com 79,71%.
Ex-jogador de futebol, com passagens pelo Paysandu e Remo, ele se envolveu em uma das maiores polêmicas desta edição após revelar uma estratégia de testar a fidelidade das sisters do jogo. Ao lado de Lucas, Lucas Chumbo, Petrix e Guilherme, Hadson foi “cancelado” na internet. Ele integrou um dos grupinhos mais odiados de todas as edições, que concentrou acusações, por parte dos internautas, de machismo, abuso sexual e posicionamento abusivo.
O psicólogo maranhense Victor Hugo também deixou a disputa no meio do caminho. Já Felipe Prior, considerado o grande parceiro de Babu, também acabou eliminado e, logo em seguida, se viu envolvido em acusações de estupro e tentativas de estupro.
(Fonte: Ana Carolina Matos, O Liberal)