O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1º) que a agência de Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) aprovou, em caráter emergencial, o uso medicamento que vinha sendo utilizado em testes para o tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O remédio não está à venda.
Segundo um site de notícias do Globo, a justificativa do governo dos EUA é que o antiviral conhecido como Remdesivir apresentou bons resultados em testes clínicos a partir de dados da empresa farmacêutica Gilead, que produz o medicamento.
Em estudo com 1.036 pacients de Covid-19, parte recebeu o Remdesivir e, outra parte, um placebo. O tempo de recuperação daqueles que receberam a substância tiveram o tempo de recuperação reduzido em 31%.
Aqueles que tomaram o medicamento puderam deixar o hospital em 11 dias, enquanto, em média, o grupo que tomou um placebo em 15 dias.
Em pronunciamento na Casa Branca, Trump disse que o medicamento “é um tratamento importante para pacientes hospitalizados com o novo coronavírus”.
“É uma contribuição para as pessoas que não estão bem, pessoas doentes com essa praga horrível que atingiu nosso país”, afirmou.
O vice-presidente Mike Pence disse que 1 milhão de doses seriam distribuídas a hospitais a partir da segunda-feira, segundo a agência Reuters.
Com age o Remdesivir – É um remédio que age evitando a síntese do RNA (material genético) do vírus nas células, segundo explicou em março, ao portal G1, o professor Marcelo Burattini, especialista em medicina tropical da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A farmacêutica americana Gilead detém a patente de uso do Remdesivir. Seus testes clínicos começaram em 2015 para um série de vírus, entre eles a malária e a influenza, mas ele não é uma droga aprovada para uso.
“A Gilead ofereceu o remédio para teste em um pequeno grupo de pacientes em colaboração com as autoridades chinesas e os resultados foram promissores, mas ainda são muito preliminares”, disse o professor Burattini.
Segundo o professor, o Remdesivir já foi usado compassivamente por duas vezes: em 2016 e em 2018, durante surtos do Ebola. Ele foi aprovado para testes nos Estados Unidos, mas ainda não há resultados conclusivos, feitos com uma amostragem grande de pacientes.
Fonte: G1 e Portal do holanda