Em meio a indefinições quanto ao prosseguimento desta temporada, as lembranças das glórias afloram nos torcedores. E, neste dia 7 de maio, convém recordar o título do Campeonato Carioca conquistado de forma invicta pelo Flamengo há exatos três anos. O adversário foi o Fluminense, derrotado nas duas partidas da decisão, sendo a última por 2 a 1, de virada e com gols de Paolo Guerrero e Rodinei, em um Maracanã com cerca de 60 mil pessoas. Henrique Dourado foi quem abriu o placar para o Tricolor.
A conquista se deu sob o comando do técnico Zé Ricardo, que havia assumido a equipe interinamente no ano anterior, quando fez boa campanha e alimentou esperanças pelo título do Brasileiro – cujo campeão foi o Palmeiras.
Por falar no treinador, Zé atendeu à reportagem do LANCE! e, por telefone, relembrou o período de “tensão e ansiedade” antes da volta olímpica, já que o Flamengo, com estrelas, sofria uma pressão considerável por taças, além da sensação de uma conquista marcante para ele e para o clube.
– É sempre muito bom relembrar momentos de alegria como aquele. Ainda mais numa profissão de tantos desafios como é a de treinador de futebol. Lembro bem dos dias que antecederam aquela final, já que foram marcados por muita tensão e ansiedade. Depois de tanto tempo de clube e passando por todas as categorias, sabia que uma conquista também pelo profissional seria uma marca bem legal pra mim e para o clube, pelo momento de transformação que vivia. Alem disso, tínhamos um grupo muito bom, de caráter e que trabalhava bastante para conquistar títulos para o clube – disse, emendando:
– Tivemos uma campanha invicta e vencemos as duas partidas finais, o que, de certa forma, legitima o mérito da nossa conquista. Sem duvida é o primeiro e um dos momentos mais marcantes da minha carreira profissional – completou Zé, que deixou o clube no decorrer daquele e, atualmente, está livre no mercado, após deixar o Internacional.
O então 34º título estadual do Flamengo veio após três anos de jejum quanto à competição, vencida pela sexta vez com invencibilidade, igualando o Vasco. Neste recorte, as outras do clube da Gávea haviam sido em 2011, 1996, 1979, 1950 e 1920.
O AUGE DE GUERRERO PELO FLA
Guerrero comemora o gol de empate (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Guerrero deixou o Flamengo em agosto de 2018 e, até hoje, por episódios frustrantes, faz boa parte da torcida rubro-negra torcer o nariz. Ao todo, a passagem de três temporadas custou cerca de R$ 43 milhões aos cofres do clube, onde o camisa 9 viveu o seu melhor momento justamente neste Estadual.
Fazendo valer a música criada por torcedores (“Acabou o caô, o Guerrero chegou!”), o centroavante coroou a ótima performance no Carioca-2017 com gol na final, já nos minutos finais, empatando o Fla-Flu e devolvendo a vantagem ao time de Zé, e a confirmação da artilharia do torneio, com dez bolas na rede.
Além de marcar o auge e o único título de Guerrero pelo Fla, esta partida ainda contou com um lance inusitado: Rodinei carregando a bola, nos acréscimos, e Orejuela como goleiro, já que Diego Cavalieri tinha sido expulso, correndo de costas, sem conseguir evitar o gol do lateral-direito, que sepultou o rival.
RELEMBRE A ESCALAÇÃO DO FLAMENGO
Alex Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Renê; Márcio Araújo, Willian Arão, Trauco (Rodinei, 16’/2ºT), Everton (Juan, 43’/2ºT) e Berrío (Gabriel, 11’/2ºT); Guerrero – Técnico: Zé Ricardo.
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