O Brasil ultrapassou nesta quinta-feira, 14, a marca de 200 mil casos confirmados pelo novo coronavírus. Foram registradas 13.944 novas infecções nas últimas 24 horas – são 202.918 no total. O número de óbitos passou de 13.149 para 13.993, com o acréscimo dos 844 novos casos registrados pelo Ministério da Saúde – o recorde é de 881 em 24 horas.
O País é o sexto do mundo com mais casos confirmados. Atrás apenas de Estados Unidos (1.452.381), Espanha (272.646), Rússia (252.245), Reino Unido (233.151) e Itália (223.096), considerando números de ontem até 19h. “E devemos passar quase todos esses países em breve”, afirmou Jamal Suleiman, infectologista do hospital Emílio Ribas.
O pessimismo em relação ao Brasil se deve à falta de uma política integrada de combate. “Existe uma diferença com relação à forma de combate à covid-19. São comandos antagônicos, inclusive. E isso é um grande problema. Enquanto a gente vê o mundo de certa maneira unificado com informações claras, aqui às vezes parece desconectado da realidade.”
O exemplo disso é o decreto feito pelo presidente Jair Bolsonaro que incluiu academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais, portanto, liberadas para abrirem as portas em meio à pandemia. O governo e a Prefeitura de São Paulo foram contrários à medida. “Quando tem esse tipo de dicotomia, acontece de a pessoa ouvir aquilo que for mais confortável”, disse Suleiman.
A disputa política também acaba colocando a população em risco. Suleiman contou que há algumas semanas uma pessoa entrou no Emílio Ribas dizendo que precisava de uma consulta, mas na verdade queria apenas gravar a sala de espera. “Ele filmava com o celular e dizia, aos berros, que a doença era uma farsa, que o lugar estava vazio. Mas era óbvio que a sala de espera estava fazia. A sala de espera de um hospital que trata doenças infectocontagiosas precisa sempre estar vazia. O doente entubado não está ali na sala de espera.”
Testes
Outro número que traz preocupação no Brasil é a falta de testes feitos na população. Enquanto que os Estados Unidos já testaram mais de 10 milhões de pessoas, o Brasil realizou somente pouco mais de 735 mil. “O teste em larga escala é fundamental para identificar como circula o vírus. Sem isso não há como precisar quando chegaremos ao fim dessa pandemia”, afirmou Suleiman.
Com informações da Agência Brasil