sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Covid deixa 73 países sob risco de escassez de remédios para Aids

Vinte e quatro países relataram estar com baixo estoque de ARVs ou sofrerem com interrupções no fornecimento desses medicamentos

Setenta e três países alertaram que estão em risco de ficar sem medicamentos antirretrovirais (ARV) em razão da pandemia de covid-19, de acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita antes da conferência bianual da Sociedade Internacional de Aids. Vinte e quatro países relataram estar com baixo estoque de ARVs ou sofrerem com interrupções no fornecimento desses medicamentos que salvam vidas.

Em 2019, aproximadamente 8,3 milhões de pessoas foram beneficiadas pelos antirretrovirais nos 24 países que estão enfrentando a escassez no fornecimento. Isso representa cerca de um terço de todas as pessoas no mundo que estão em tratamento contra o HIV. Apesar de não haver cura, os antirretrovirais podem controlar o vírus.

A incapacidade dos fornecedores de entregarem os antirretrovirais no prazo e a paralisação dos serviços de transportes terrestre e aéreo estão entre as causas das interrupções citadas na pesquisa. O acesso limitado aos serviços de saúde em decorrência da pandemia também é um fator preponderante.

“As descobertas dessa pesquisa são muito preocupantes. Países e seus parceiros precisam fazer tudo que puderem para garantir, a quem precisa, o acesso ao tratamento contra o HIV. Não podemos permitir que a pandemia de covid-19 desfaça todas as conquistas na resposta global a essa doença”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O número anual de novas infecções pelo HIV atingiu 1,7 milhão nos últimos dois anos. Houve, diz a OMS, pequena redução nas mortes relacionadas à doença, de 730 mil em 2018 para 690 mil no ano passado.

Procurado, o Ministério da Saúde do Brasil informou não haver desabastecimento de remédio. “Apesar da ocorrência de diversos desafios logísticos em razão da pandemia”, o governo diz ter garantido estoque suficiente para que as pessoas em terapia antirretroviral recebam medicamentos para 60 ou 90 dias de tratamento .


Após a suspensão de programas de vacinação para evitar aglomerações e deslocamentos durante a pandemia, a OMS também tem alertado sobre o risco de disseminação de outras doenças nos próximos meses. Segundo a entidade global, ao menos 68 países interromperam, em algum momento, campanhas de imunização infantil de doenças cuja prevenção é possível, como sarampo, poliomielite e difteria.

 

 

Fonte: Agência Estado