Organização Mundial da Saúde aponta que, anualmente, 1 milhão de pessoas comete suicídio. É a segunda causa mais frequente de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Só no Brasil, a cada 45 minutos, uma pessoa tira a própria. Porém, 90% dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Mas isso envolve uma compreensão imensa da rede de apoio, que começa na própria família e círculos sociais. É para esse tipo de cuidado que há campanhas como o Setembro Amarelo, mo mês de prevenção ao suicídio.
O psicólogo Fabrício Vieira, da Hapvida, explica que, para o ser humano, falar sobre a morte incomoda. É algo que naturalmente as pessoas tentam distanciar. Então é preciso ficar atento quando essa ideia de morte se torna algo como “solução” para alguma angústia.
“É importante perceber como precisamos do outro, não só pelo momento em que o mundo está passando, mas também pelas perdas que estão se somando. As pessoas estão cada vez mais preocupadas, entristecidas e com medo, por isso é essencial estar atento e perceber sinais, não somente em nós mesmos, mas no outro também. É importante se aproximar, sinalizar e buscar ajuda, para si e para o outro”, diz Fabrício.
A saúde da mente é tão importante quanto a saúde do corpo. O autoconhecimento e o autocuidado ajudam a lidar, de forma tranquila e equilibrada, com situações do dia a dia.“O autoconhecimento é para entender como estamos lidando com nossos sentimentos diante de situações estressantes do cotidiano. O autocuidado ajuda a trabalhar todos estes aspectos. Momentos de lazer, relaxamento, atividades físicas, momentos prazerosos com a família e amigos, tudo o que faz sentido na nossa vida, nos dá suporte para uma saúde mental equilibrada”, destaca o psicólogo.
Fabrício pondera a complexidade e delicadeza do assunto e ressalta a importância de uma rede de apoio: “seja rede de apoio dos seus familiares e amigos, esteja atento, disposto a escutar e não julgar. É preciso acolher, ser empático, dar suporte e orientar a buscar ajuda profissional, de um psicólogo ou psiquiatra, mas de maneira sensível, acolhedora, empática e responsável.”
Fique atento aos sinais, verbais e comportamentais:
-Verbais: quando a pessoa diz que não quer continuar, que está cansada; que gostaria de sumir; que ninguém sentiria sua falta e que seria melhor pra todo mundo se ela sumisse; que quer se matar, ou morrer;
-Comportamentais; quando a pessoa se isola, demonstra desinteresse repentino por atividades que antes gostava; mudanças no sono, dorme demais ou tem insônia constante; na alimentação, passa a comer mais ou menos que comia antes; agressividade, no caso de jovens, às vezes a depressão se confunde com agressividade.
O que fazer se você identificar risco de suicídio em uma pessoa?
-Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar suicídio sobre. Deixe a pessoa saber que você está lá para ouvir, ouça com a mente aberta e ofereça seu apoio.
-Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Se ofereça para acompanhá-la a um atendimento.
-Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.
-Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
-Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.
(Da Redação Fato Regional, com informações da Hapvida)