Com vitória iniciou, com vitória encerrou. O Flamengo fechou o Grupo A da Libertadores como líder e com 15 pontos – o que tornou a atual campanha a segunda melhor do clube no histórico desta fase. E Domènec Torrent cumpriu a missão rodando o elenco e o principal (visando a sequência da temporada): resgatando jogadores contestados.
Contra o Junior Barranquilla, por exemplo, Lincoln iniciou a sua quarta partida como titular de Dome, que bancou a sua permanência quando o atacante estava prestes a ser negociado com o Grupo City, e depositou crédito no jovem. Ontem, o camisa 29 chegou ao seu terceiro gol nestas condições (fez contra Independiente del Valle, Red Bull Bragantino e na última noite; só passou em branco diante do Palmeiras).
Além de jogadores contestados, como no caso de Lincoln, Dome tem os méritos por resgatar e dar holofote a quem também estava escanteado no plantel – como Ramon, Hugo e Matheuzinho, outras crias do Ninho do Urubu.
Embora tenha sido forçado a explorar o elenco após o surto de Covid-19 (que atingiu 19 jogadores), o catalão não titubeou para dar novas oportunidades a peças que pareciam descartadas. E em jogos de exigência alta, sem se preocupar em descansar medalhões – o que ocorreu contra o Junior.
– Quando cheguei, havia um grupo de jogadores que estava treinando à parte. Decidi que íamos trabalhar juntos. Eles me mostraram a qualidade que tem. O Lincoln foi um deles. Disse que teria que fazer mais, melhorar, focar nos treinamentos. Ele tem qualidade. É importante dar confiança. Eu acredito neles. A base é fantástica, podem jogar. Conversei muito com o Lincoln e convenci que tinha que melhorar, trabalhar sem a bola. Não é mérito do técnico, é do jogador – salientou o treinador, dividindo os méritos.
No jogo passado, Lincoln não foi o único outrora contestado que se destacou. Léo Pereira, Michael e Vitinho protagonizaram lances importantes e também tiveram um rendimento admirável. Os dois primeiros vinham em baixa e aparentavam estar sem confiança. Já o último repetiu a atuação do jogo contra o Corinthians, enfiou uma bola na trave e só saiu de campo – no intervalo – para ser poupado. Em todos os casos, pontos para a insistência do comandante.
FRUTOS COLHIDOS
Em meio à “autêntica loucura” do calendário, Domènec começa a colher os frutos de um trabalho cada vez mais consistente e, acima de tudo, resiliente, moldado com a confiança investida em cada peça que tem em mãos, encorpando o Flamengo para a temporada, que está em afunilamento.
E o próximo jogo já tende a ser o maior desafio de um intenso mês com nove partidas. O rival da vez será o Internacional, em briga direta pela liderança do Brasileiro. No Beira-Rio, a bola rolará a partir das 18h15 deste domingo.
Fonte: O Liberal