A Polícia Federal pediu à Vale dados sobre o radar interferométrico da barragem de Brumadinho (MG), que rompeu há duas semanas. O dispositivo identifica movimentações em barragens e se houve algum tipo de deslocamento na estrutura.
O radar registra movimentações na estrutura dentro e fora da barragem, para detectar fatores de risco internos e externos.
Procurada, a Vale confirmou que utiliza o equipamento e acrescentou que “os dados de monitoramento do instrumento já foram entregues às autoridades”.
De acordo com fontes da investigação, a PF pediu à mineradora os dados registrados pelo equipamento desde 2017 até o dia do rompimento da barragem. O objetivo é saber se o radar já tinha detectado sinais de insegurança e instabilidade.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) afirmou que a Vale usa esse tipo de radar em várias barragens, mas não confirma que era utilizado em Brumadinho.
O pedido da Polícia Federal é uma forma de aprofundar a apuração sobre os controles da Vale relacionados à segurança.
Com acesso aos dados do radar, caso a Vale de fato tenha utilizado o equipamento, peritos vão detectar se houve falhas, pressões, movimentações atípicas na estrutura da barragem que poderiam indicar com antecedência os problemas que levaram à tragédia .
A Polícia Federal investiga o que motivou o rompimento da barragem. Uma das linhas de investigação é que houve liquefação, que quer dizer que os resíduos estavam ficando mais líquidos e a água foi se acumulando e pressionou a estrutura da barragem até o rompimento. A investigação se debruça agora sobre as razões para essa hipótese acontecer.
Fonte: G1