Após uma reunião realizada nesta quinta-feira, 28, os residentes do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), em Belém, em reunião, decidiram que irão paralisar suas atividades, já nesta sexta, 29, por tempo indeterminado. Segundo a categoria, o ato é em protesto pela não inclusão destes profissionais na primeira etapa da vacinação contra o covid-19 no Estado, uma vez que, segundo eles, atuam em setores considerados prioritários de acordo com plano de imunização configurado pelo hospital.
Diante do exposto, a categoria enviou uma nota de repúdioque diz o seguinte:
“Considerando que as Residências em Saúde atuam ‘no’ e ‘para’ o Sistema Único de Saúde, fazemos parte das equipes das unidades de saúde em tempo integral mesmo após a condição de Emergência em Saúde Pública em âmbito nacional frente ao novo coronavírus. Em março de 2020 foi realizada uma Ação Estratégica denominada ‘O Brasil Conta Comigo’, voltado à residentes na área da saúde, com intuito de ampliar a assistência aos usuários do SUS, reduzindo o tempo de espera nos atendimentos em pronto atendimento e emergências hospitalares, onde os profissionais residentes foram inclusos e muitos passaram atuar em linha de frente combatendo o vírus”.
Além disso, os profissionais pedem que seja garantida também a vacinação para os residentes que estão no segundo ano de residência e concluem a mesma em fevereiro de 2021, uma vez que, diante disso, eles correm o risco de não terem acesso a vacina, mesmo após todos os meses de exposição
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“Diante de tal cenário, os residentes multiprofissionais (R1 e R2) exigem transparência diante os critérios de seleção e acesso a lista de funcionários vacinados, além da inclusão de residentes multiprofissionais na segunda remessa de vacinas. Somos cientes da insuficiência de doses para todos nesse curto período, devido dificuldades impostas pelo governo federal, entretanto cabe ressaltar que na primeira etapa, muitos gerentes e chefes de clínica incluíram os nomes dos devidos residentes atuantes em setores considerados prioritários e por algum motivo, sem explicações prévias os nomes dos residentes foram retirados por ‘líderes’ maiores do hospital”, continua o documento.
Recentemente o Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos Em Educação No Âmbito das Instituições Federais de Ensino Superior No Estado do Pará (Sinditifes) denunciou que pessoas consideradas não prioritárias diante o plano estadual de vacinação, estariam “furando a fila” da imunização na Instituição.
“Sendo assim, em momento crucial como o que ainda enfrentamos nessa pandemia, cobramos respostas para com a garantia de nossos direitos e valorização do profissional residente e transparência nos demais processos a partir de hoje”.
Sinditifes
Em nota, o Sinditifes falou sobre as denúncias feitas por trabalhadores do Complexo Hospitalar da UFPA, onde há indícios de irregularidades em relação ao processo de vacinação contra a covid-19.
Veja o que dizia o documento:
“Recebemos a informação de que trabalhadores que atuam na linha de frente da assistência de pacientes em tratamento com síndrome gripal não foram vacinados na primeira leva de 500 doses da CoronaVac que chegaram para o complexo hospitalar, ao passo em que a superintendente do Complexo Hospitalar, que não atua na assistência direta aos pacientes, foi imunizada. Outros trabalhadores em situação semelhante, isto é, que atuam na parte administrativa e que são do grupo de risco (acima de 60 anos) também não foram vacinados em função da hierarquia de prioridades definida.
Consideramos que diante do quadro de falta de quantidade suficiente de vacinas para atender a todos os trabalhadores da saúde, é indispensável que haja transparência e ética nos critérios de definição e aplicação do processo de vacinação, de modo a combater a ocorrência de ‘fura-filas’ e a cultura do privilegiamento, em um momento tão crítico da crise sanitária pela qual estamos passando.
Solicitamos que a superintendência do Complexo Hospitalar divulgue com transparência, clareza e detalhamento o plano de vacinação dos trabalhadores dos hospitais universitários, com os critérios de prioridade, relação de nomes, locais e horários de vacinação e cronograma”.
Fonte: Roma News