A Polícia Federal abriu um inquérito, nesta sexta-feira (29), para investigar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O objetivo da investigação é determinar se houve omissão do general especialista em logística na gestão da crise de covid-19 no Amazonas. O estado vive uma segunda onda da pandemia e com uma nova e mais agressiva cepa do coronavírus SARS-CoV-2. Hospitais entraram em colapso pela falta de leitos e pessoas morreram pela falta de oxigênio medicinal.
Poucos dias antes da crise eclodir, principalmente em Manaus, o ministro da Saúde estava no Amazonas. Em entrevistas após a capital amazonense se tornar notícia no planeta pelo caos vivido, Pazuello chegou a dizer que não foi informado sobre problemas nos estoques de oxigênio. Governos estaduais, prefeituras e até artistas, como Whindersson Nunes, mobilizaram vários recursos para levar cilindros de oxigênio e tentar mitigar a crise. Pacientes foram transferidos para tratamento.
A investigação foi solicitada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras e autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso. Pazuello poderá marcar dia, horário e local para ser ouvido. Ele deve dar retorno em até cinco dias após notificação.
Documentos do Ministério da Saúde, porém, contradizem o ministro e apontam que o problema de desabastecimento de oxigênio e de possível colapso no sistema de saúde era previsto com antecedência de oito dias. Em determinado momento, o general chegou a dizer que não tinha o que fazer, enquanto a Força Aérea Brasileira (FAB) entregou cilindros de oxigênio e ele parecia desconhecer.
(Da Redação Fato Regional)