Mestres e mestras do carimbó compõem a primeira comunidade a participar da campanha “Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores”, lançada no Pará. Realizada a partir da parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e comunidades detentoras, a campanha visa à promoção do Patrimônio Cultural Imaterial, estimulando a venda de produtos relacionados a bens registrados em todo o Brasil, como curimbós, banjos, maracas e saias do carimbó, que estão disponíveis na página dos carimbozeiros.
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Diante da situação de emergência causada pela pandemia de covid-19, shows, apresentações e todo tipo de evento tiveram de ser adiados em todo o Brasil. Isto impactou o cotidiano de festas e rituais realizados por mestres e mestras de bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Neste cenário, essas comunidades buscaram alternativas para lidar com o isolamento social. O Ciclo do Marabaixo (AP), por exemplo, foi realizado por meio de lives e bailes do Fandango Caiçara tiveram transmissão on-line. Grupos de carimbó também realizaram rodas transmitidas pelas redes sociais.
Com o objetivo de criar um espaço de visibilidade para detentores e suas respectivas manifestações culturais, a ação lançou um site que reúne coletivos de detentores de vários estados com os seus respectivos contatos de telefone e redes sociais.
Quem se interessar, poderá entrar nas páginas virtuais dos coletivos e adquirir produtos desses grupos, como gêneros alimentícios e biojóias produzidas por indígenas do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (AM), bem como livretos de artistas da Literatura de Cordel (CE e DF). A compra, o pagamento e a entrega dos produtos são realizadas diretamente entre o detentor e o comprador.
Clique aqui para acessar a página da ação “Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores”
Mestres do carimbó são detentores de cultura tradicional com influências africana, indígena e ibérica
Com o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, o carimbó é tradição em quase todas as regiões do Pará. Essa manifestação cultural possui influência africana, indígena e ibérica, que se reflete na música, dança e instrumentos. Consolidou-se como importante forma de expressão paraense. O carimbó vai além da música e da dança, já que se associa ao lazer, à religiosidade, às manifestações artísticas, às festas públicas e familiares.
“A promoção dos instrumentos de carimbó ajuda a fortalecer nossa cultura, dando a ela a continuidade que nós queremos. É uma forma de ampliar, de divulgar o conhecimento dos mestres e, assim, o carimbó e seus instrumentos não irão se perder. Ao mesmo tempo, vai ajudar muitos mestres a ganharem uma renda, pois muitos estão em uma situação difícil”, destacou a diretora da Associação de Grupos de Carimbó do Estado do Pará, Solange Loureiro.
Visando promover a sustentabilidade de bens registrados como Patrimônio Cultural, a campanha é uma ação de salvaguarda inserida na Política Nacional do Patrimônio Imaterial que, em 2020, completou 20 anos de criação.
Larissa Peixoto, presidente do Iphan, observa que o carimbó é uma manifestação cultural que recebe a atenção do Iphan por sua importância no Pará e em todo o Brasil. “O carimbó mobiliza grupos, mestres, escolas e comunidades inteiras em todo o Pará. É uma manifestação fundamental. Por isso, o Iphan vai seguir realizando políticas públicas, como a ação Conectando Patrimônios, para a salvaguarda do carimbó”, afirmou a presidente do Instituto.
Para viabilizar a ação, as superintendências do Iphan nos estados mobilizaram coletivos de mestres e mestras que participam da ação. Mas a chamada continua. Os grupos que tiverem interesse em participar devem entrar em contato com a superintendência do Iphan no Pará, que dará os detalhes sobre como aderir à ação.
Superintendência do Iphan no Pará
Endereço: Avenida Governador José Malcher – entrada pela travessa Dom Romualdo de Seixas, 1131
Atendimento presencial: de segunda a sexta, das 9h às 17h
Contato: (91) 3224-1825 / iphan-pa@iphan.gov.br
(Fonte: Iphan, com edição da Redação Fato Regional)