A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez dois anúncios nesta sexta-feira (12): o registro definitivo da vacina contra covid-19 Oxford / AstraZeneca; e a liberação para uso hospitalar do antiviral Remdesivir, primeiro medicamento com indicação em bula para tratamento de pacientes com a doença do coronavírus SARS-CoV-2.
Inicialmente, o Remdesivir, da farmacêutica Gilead Sciences, foi desenvolvido para combater o ebola. Desde o ano passado, a comunidade científica mundial se debruçou nas pesquisas sobre a eficácia do medicamento. Até o momento, não há consenso final sobre a eficácia. Há casos de melhora em situações mais graves — não cabe para casos leves e moderados —, mas nada definitivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso.
Para a Anvisa, o que pesou na decisão foi a evidência ainda não definitiva da redução do tempo de hospitalização de pessoas em estado grave, frente à formação de fila de espera por leitos no Brasil, nesta segunda onda da covid-19. Por isso, a liberação foi autorizada apenas para o uso hospitalar e aplicação intravenosa do antiviral. Trata-se de uma aposta de alto custo, pois é um medicamento caro.
O medicamento já foi autorizado para uso temporário para tratar pacientes em mais de 50 países, entre eles Estados Unidos, Austrália, Canadá, União Europeia, Hong Kong, Índia, Israel, Japão, Cingapura, Coréia do Sul, Taiwan e Emirados Árabes Unidos. Tudo em caráter muito experimental, como ficou um tempo a hidroxicloroquina, até que a eficácia desse medicamento fosse totalmente descartada para covid-19.
Com o registro definitivo da Anvisa, a vacina Oxford/AstraZeneca poderá ser produzida no Brasil e a responsável será a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
(Da Redação Fato Regional, com informações do Brasil 61)