Para 2022, por enquanto, a projeção do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é de novamente não dar ganho real ao salário mínimo. Com reajuste de 4,27%, passa dos R$ 1.100 para R$ 1.147. Esse percentual é a estimativa da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O reajuste do ano passado foi de 5,26%.
O ganho real é quando o reajuste é acima da inflação. Na prática, isso significa que o trabalhador tem mais poder de compra e pagamento de serviços. Quando o reajuste fica dentro da inflação, como na proposta do governo Bolsonaro, pelo terceiro ano seguido, o trabalhador apenas está repondo o que perdeu desde o reajuste anterior.
Outras projeções foram divulgadas pelo Ministério da Economia, com base no Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2022. Para 2023, a previsão é de que o salário mínimo será de R$ 1.188. E em 2024, seria R$ 1.229. Obviamente, ainda são projeções e há muitas variáveis até lá. Se a inflação seguir subindo do jeito que está, o valor final do piso nacional pode mudar.
A última vez em que trabalhadores brasileiros tiveram ganho real no salário mínimo foi em 2019. A projeção já havia sido feita em 2018, último ano de Michel Temer (MDB), após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Até então, havia uma política dos governos anteriores de valorização do salário mínimo. Os reajustes se pautavam pela inflação e pela variação do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma monetária de tudo o que se produz no país). O primeiro ano dessa fórmula foi 2011. Em 2017 e 2018, com base nos PIBs de 2015 e 2016, os reajustes foram apenas a inflação mesmo. Mas nem essa possibilidade o trabalhador brasileiro tem mais.
(Da Redação Fato Regional)
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