Nesta segunda-feira, 27 de setembro, é celebrado o Dia Mundial do Turismo. A data foi escolhida, em 1980, pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em comemoração ao aniversário de uma década do seu estatuto, e tem como objetivo destacar a importância econômica, social e cultural do setor. Após mais de um ano e meio de pandemia causada pela Covid-19, neste 2021, a data pode ser um marco de retomada para o setor.
“A data é muito importante para manter o turismo no foco das políticas públicas e de visibilidade do setor pela sociedade”, afirma Fábio Romero, guia de turismo, presidente do Sindicato dos Guias e agentes de viagens. Para o empresário da Rumo Norte Expedições, Gelderson Pinheiro “é uma data que tem como objetivo enfatizar, ressaltar e chamar atenção para a atividade turística como uma fonte de desenvolvimento econômico, geração de emprego e também a importância social que o turismo tem. Aquela velha afirmação que todos precisam viajar e ter lazer”.
No Pará, em tempos de menor fluxo de pessoas, medidas e protocolos sanitários, coube à Secretaria de Estado de Turismo (Setur) a elaboração de um plano de retomada que pudesse atender as necessidades dos empresários e minimizar os danos ao setor. “Lançado no ano passado, o Plano Abre Caminho teve como objetivo acelerar a retomada das atividades turísticas na velocidade mais rápida possível para superar a crise econômica, que foi instaurada com a pandemia”, explica o secretário de Turismo do Pará, André Dias, ao citar linhas de crédito especiais, cursos de capacitação profissional, a implementação de protocolos de segurança sanitária como o selo Turismo Responsável em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e a campanha denominada Redescobrir o Pará, de incentivo ao turismo local.
A estratégia do Governo do Estado buscou incentivar o turismo doméstico, responsável e consciente. “A gente aposta no turismo como uma forma de desenvolvimento econômico mais sustentável em nosso estado. O Redescobrir o Pará é justamente uma das estratégias do Plano Abre Caminho que fomenta o turista a viajar internamente e conhecer seu próprio estado”, garante André Dias
Os resultados podem ser notados pela boa expectativa que acompanha os empresários do setor. “Para 2022, as expectativas são as melhores possíveis, já começou um bom aquecimento do setor, de crescimento especialmente no turismo doméstico. Também temos feito muitos treinamentos nas ilhas e em destinos regionais para incentivar que as agências e o guias locais tenham outras opções para oferecer aos seus clientes. Temos tido bons resultados com estes roteiros novos, um trabalho iniciado em 2019, que parou durante a pandemia e estamos retomando agora”, conta Fábio Romero.
Gelderson Pinheiro comenta que percebeu já em julho um indicativo crescente na demanda por pacotes de viagens, com aumento até superior aos anos anteriores. “Eu creio que vamos nos recuperar muito antes do que vinha sendo preconizado pelos experts do setor. A gente vem acompanhando uma demanda crescente, pelo menos das cotações, estamos vendo um mercado um pouco agitado. Espero que em 2022 seja um ano que a gente vá além do pré-pandemia. Não sei se é um sonho louco, mas a minha expectativa é essa”, fala com entusiasmo.
Gelderson faz ainda uma revelação importante para um setor que foi fortemente atingido pelo Coronavírus. “Um dado importante que eu gostaria de acrescentar: Ao contrário do que se falou durante a pandemia, que o turismo iria se caracterizar pela redução de participantes nos grupos, ou seja, menor número de pessoas. Isso não é o que estamos vendo. Nós costumamos trabalhar com grupos menores de até 10 pessoas. E temos recebido frequentemente pedidos de grupos de até 18 pessoas. Vamos, inclusive, repensar o modelo do nosso negócio por conta dessa tendência”, comenta.
Turismo internacional
Recentemente, o Pará recebeu a informação da TAP de que a companhia área portuguesa deve retomar a operação da rota Belém-Lisboa em 31 de outubro, o que deve reaquecer o turismo internacional.
Fábio Romero vê essa possibilidade, porém com restrições. “O turismo internacional talvez cresça dependendo de como se comportar as políticas entre os países, de padrões de visita, já que hoje cada exige um tipo de teste, de vacina ou procedimento de entrada em seu território. Com isso até a viagem internacional fica incerta. A nossa preocupação é com a segurança do viajante”, conclui.
Portugal passou a reconhecer os certificados de vacinação e recuperação emitidos por outros países. O Brasil e os Estados Unidos estão na lista, mas a autorização vale apenas para as vacinas reconhecidas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) da União Europeia: Janssen, AstraZeneca, Moderna e Pfizer. No caso brasileiro, a CoronaVac não foi autorizada pelo órgão de controle sanitário europeu.
Fonte: Agência Pará.