sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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‘Com uma mão ele fechou minha boca e a outra ele colocou embaixo da minha saia’, diz vítima de pastor em Altamira

Na semana passada, uma mulher contou detalhes dos abusos que sofria no período que frequentava a igreja.
Foto: Reprodução.

O pastor José Dorivaldo, de Altamira, sudoeste do Pará, ganhou destaque na mídia ao ser acusado de abusar sexualmente de mulheres na região. Na semana passada, uma mulher contou detalhes dos abusos que sofria no período que frequentava a igreja.

Aos 14 anos, a mulher que não quis ser identificada, conta que as situações não aconteceram logo que ela entrou na igreja, os casos foram acontecendo aos poucos, quando ela  começou a se envolver mais com as atividades da igreja. “Eu lembro que as coisas começaram a ficar estranhas pra mim, eu acho que todo mundo na igreja, todas as meninas, sempre percebiam que tinha alguma coisa estranha por exemplo, ao abraçá-lo. Não era a mesma coisa que abraçar outra pessoa na igreja, era sempre um abraço diferente sabe, que ele te puxava mais pro corpo dele, que ele aproximava mais o rosto do teu, e isso era na frente de todo mundo”, conta.

Mas, segundo ela, as situações foram evoluindo. “Acho que só quem passou por um abuso vai entender como é essa sensação de você ficar o tempo inteiro sentindo que aquilo não é normal, mas dizendo pra você mesma que aquilo é normal. Não sei, eu acho que a gente não entende exatamente o que está acontecendo”, relembra.

Conforme as vítimas, Dorivaldo utilizava do seu papel de líder para impor situações que as deixassem sozinhas com ele. Mesmo quando elas negavam algo, ele insistia e usava do seu cargo de pastor para conseguir o que queria.


“Eu sempre usava uma saia assim até no joelho, eu me lembro dessa roupa, era uma saia de cintura alta até no joelho, que era uma coisa que eu usava muito. Nesse dia, ele me chamou pra ir numa salinha que ficava lá em cima, e eu lembro que era pra pegar alguma coisa. Não me pareceu estranho ele me chamar, e como estava todo mundo na igreja, não estava sozinha com ele. Fui subindo a escada com ele, fui na sala, quando ele fechou a porta da sala ele trancou e eu já fiquei assim: meu Deus, o que está acontecendo!

E quando ele trancou a porta, ele me segurou por trás. Com uma mão ele fechou a minha boca e com a outra mão ele colocou embaixo da minha saia, assim por cima da minha calcinha e ficou me apalpando muito, até com uma certa força, sabe? E colocando o meu corpo contra o dele e eu conseguia sentir o pênis dele ereto, e isso durou assim, uns minutos, e ele segurando a minha boca. Mas eu não iria gritar, eu não tive nenhuma reação, sabe. Eu só fiquei parada. Lembro que minhas mãos suavam tanto, tanto, que eu peguei os papéis que ele me deu, e eu me lembro dos papéis mancharem. Depois que isso acabou ele só falou assim: ‘não conta isso pra ninguém é um segredo nosso’, e eu fiquei calada, nem respondi. Ele abriu a porta, eu desci, ele desceu um tempo depois. E eu fiquei, assim, sem reação em relação ao que tinha acontecido”, detalha a vítima, que na época era uma adolescente.

Ainda de acordo com a vítima, os “momentos de terror” não pararam ali e diversas outras situações aconteceram. Para a vítima, a família e outros adultos da igreja tinham conhecimento do que acontecia.
“Não tinha como, teve uma vez que estávamos no retiro do Encontro com Deus que acontecia em Brasil Novo, e lembro que estavam várias pessoas num quarto e ele tava numa rede, na frente de todo mundo, e ele meio que fechou a rede pra ninguém ver, mas dava pra perceber os movimentos, e eu percebi que ele estava se masturbando naquela rede. E eu sei que outras pessoas que estavam lá, também perceberam, porque era inevitável. Mas ninguém nunca falou nada. Ninguém tocou nesse assunto”.
Segundo as jovens, o carro era um local comum de abuso. Além do abuso sexual, ele também culpava as meninas pela situação. “Mais uma vez no carro aconteceu a mesma coisa. Ele colocou a minha mão no pênis dele e colocou a mão dele na minha vagina, e ele ficava falando coisas horríveis como tipo: olha, é assim que você me deixa, é isso que você faz comigo. E eu não fazia nada, sabe? E ele dizia: é assim que eu fico. Foi horrível”.
Nesta sexta, 12, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher em Altamira, (DEAM), solicitou a prisão preventiva do pastor José Dorivaldo. O pedido será analisado pela justiça que pode ou não acatar.
“Eu só quero que ele seja preso, que pague por tudo que fez, e principalmente, que não faça outras meninas vivenciarem o pavor que eu e outras passamos”, desabafa uma das vítimas.
Defesa
Por meio de nota a defesa do religioso disse que “as acusações contra o sr. Dorivaldo Teixeira têm a finalidade de macular a vida familiar e missionária dele. As denúncias ventiladas são infundadas e carecedoras de crédito. O sr. Dorivaldo Teixeira está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, afirmando desde já que possui residência e família nesta cidade e provará sua completa inocência”.
Fonte: Site Confirma Notícia