Mais de 2,8 mil procedimentos de saúde foram realizados, de sábado (20) até esta terça-feira (23), pela Expedição “Saúde por todo Pará em territórios indígenas”, nas nove aldeias da etnia Kaiapó vinculadas ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós: Kubenkokre, Pykany, Pytareko, Jabúi, Pykatoti, Pyngraiti, Mopkrore, Kawatum e Krimei.
Em quatro dias de trabalho, 525 indígenas receberam atendimento médico, e cerca de 1.400 testes rápidos para Hepatite B e C, HIV, sífilis, malária, BAAR e antígenos para Covid-19 foram feitos, além de 104 avaliações em fisioterapia, 137 em fonoaudiologia, 55 em terapia ocupacional e 73 em nutrição.Serviços médicos em várias especialidades são oferecidos a crianças, jovens e adultos. Foto: Deyglison Lins / Ag.Pará
“É muito gratificante trazer saúde, de fato, de qualidade e diferenciada, para os territórios. Não são números, são pessoas atendidas por essa Expedição. Além das consultas, exames e entrega de cadeiras de rodas, tentamos entender a complexidade do pós-covid nos territórios”, informou a indígena Putira Sacuena, coordenadora da ação desenvolvida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Quase 35 profissionais de saúde fizeram parte da ação, que contou ainda com a participação de equipes da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR).
Vacinação – A educação em saúde também foi abordada na ação, enfatizando o combate às fake news e o reforço acerca da importância da vacinação contra a Covid-19 e outras doenças. “Esse trabalho envolve um processo de resistência, para que os indígenas entendam a essencialidade da cobertura vacinal, e a gente possa continuar existindo”, ressaltou a coordenadora.
A presença dos profissionais nas aldeias é fundamental para oferecer atendimentos e informaçõesFoto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
Entre os serviços oferecidos pela Expedição, estão: triagens de enfermagem, atendimento com clínica médica, exames laboratoriais (relacionados à bioquímica, à hematologia, VDRL, Beta HCG, de fezes e de urina), avaliação em fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e nutrição, testes da orelhinha e da linguinha, e avaliação geral de desenvolvimento infantil, além dos serviços da regulação.
Saúde indígena – A titular da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais (Cesipt) da Sespa, Tatiany Rayol Peralta da Rocha, ressaltou a importância do alcance dos serviços de saúde do Estado em territórios indígenas.
“As aldeias que atendemos ficam, geograficamente, em locais de difícil acesso, e conseguindo levar os serviços de saúde oportunizamos aos indígenas de diversas etnias e regiões o acesso a atendimentos especializados por meio de uma equipe multiprofissional, que atende desde a Atenção Primária à Saúde até o encaminhamento para serviços de média e alta complexidade, através da regulação e da oferta de dispositivos tecnológicos, tendo um olhar universal e integral sobre a saúde da população indígena do Pará”, reiterou a coordenadora da Cesipt.
Mais de 100 indígenas foram encaminhados pela Central de Regulação do Estado. As solicitações foram feitas de dentro da própria aldeia para a marcação dos procedimentos.A Expedição também fez avaliação em fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e nutrição. Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
A coordenação trabalha em parceria com os DSEIs, vinculados à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. Também acompanha e monitora os povos indígenas, juntamente com o Conselho Estadual de Políticas Indigenistas (Consepi) e a Federação Estadual dos Povos indígenas do Pará (Fepipa).
O DSEI Rio Tapajós dará prosseguimento aos tratamentos indicados pelas especialidades e efetuará os encaminhamentos solicitados pelos profissionais de saúde.
Esta foi a terceira etapa da Expedição, que atendeu, no mês de setembro, o DSEI Kaiapó, e em outubro o DSEI Altamira. Nas três etapas do “Saúde por todo o Pará”, quase 3,5 mil indígenas receberam atendimentos n área de saúde.
Fonte: Agência Pará