Amazonas — A Polícia Federal iniciou, no último sábado (27/11), uma megaoperação para desarticular os garimpos ilegais no Rio Madeira, na altura da cidade de Autazes (distante 120 km de Manaus). A ação, que conta com o apoio da Força Nacional, da Marinha e do Ibama, vem sendo tratada em sigilo para evitar retaliação dos garimpeiros, que começam a fugir em direção à Porto Velho.
Trinta e uma balsas de garimpo foram incendiadas por agentes da Polícia Federal. Eles se locomoviam armados pela água em duas lanchas e lançavam combustível nas estruturas abandonadas pelos garimpeiros, que se esconderam na selva.
A reportagem flagrou a ação da PF e assistiu a um cenário de embarcações queimando e outras afundando em pleno rio amazônico. Ao mesmo tempo, nos grupos de WhatsApp dos garimpeiros pipocavam mensagens dizendo que a “PF chegou pra queimar tudo sem dó e piedade”.
A revolta entre eles era grande. Isso porque as embarcações funcionam como uma verdadeira casa para eles, com alojamentos, refeitórios, ar condicionado, internet de satélite e — o principal — a draga que funciona 24 horas por dia.
Em outro ponto do rio, um helicóptero da PF abaixava e dava ordens para que os garimpeiros retornassem em direção Porto Velho. Sem querer confusão com as autoridades, esses grupos acataram aos avisos.
Confira vídeo:
Histórico
Em 23 de novembro, um comboio de mais de 300 balsas se instalou no leito do Rio Madeira em frente à comunidade de Rosarinho, em Altazes, que vive da pesca e da produção de mandioca e banana. Moradores relataram que acordaram assustados com o surgimento da noite para o dia de uma verdadeira cidade flutuante — cada balsa abriga cerca de 6 a 8 pessoas. Trezentos barcos representam mais de 2 mil pessoas que se acresceram à população local, de aproximadamente 40 mil habitantes.
Atraídos pelo Whats
Atraídos por um áudio que viralizou no WhatsApp (“lá embaixo estão fazendo uma grama de ouro por hora. Mas é certo mesmo, não é mentira”) dos garimpeiros, eles subiram o Rio Madeira vindo de Humaitá e Porto Velho, em Rondônia. E o boato procedia. Barqueiros relataram terem visto os garimpeiros tirando 40 gramas de ouro em um dia — o que equivale a mais de R$ 10.000 reais.
Com auxílio de informações via O Globo