Ele deu uma trégua, mas continua a galopar. O desemprego no Pará baixou, e o número total de paraenses acometidos por esse drama caiu de 524 mil para 475 mil pessoas. Mesmo assim é uma quantidade de trabalhadores suficiente para erguer duas cidades do tamanho de Parauapebas, a quarta maior do Pará.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T), divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os 475 mil desocupados divulgados hoje, com referência a setembro deste ano, são o menor volume de 2021. No final de junho, o Pará bateu recorde com 524 mil desempregados, segundo o IBGE.
A taxa de desocupação no estado caiu de 13,5% em junho para 11,9% em setembro, ficando abaixo da média nacional (12,6%). Apesar da queda, muitos dos paraenses que até estão ocupados na iniciativa privada não possuem direitos trabalhistas consagrados pela CLT: a PnadC-T revela que 48% dos trabalhadores paraenses empregados no setor privado não têm registro em carteira. É um percentual altíssimo e que, no Brasil, só fica atrás do índice do Maranhão, onde 50,4% dos trabalhadores não têm vínculo celetista de fato. Essa é uma das razões por que o estado ostenta um dos menores rendimentos médios por habitante do país e possui uns dos mais elevados índices de precarização do trabalho.
Mas se o Pará é vice-campeão no quesito trabalho sem carteira assinada, ele já se tornou campeão de fato no tema informalidade. Impressionantes 62,2% dos trabalhadores paraenses que hoje estão ocupados não têm carteira assinada no setor privado ou como empregado doméstico, não têm registro no CNPJ, trabalham por conta própria sem registro no CNPJ ou são trabalhadores familiares auxiliares.
Rendimento do trabalho principal
O rendimento do trabalhador paraense deixou de ser um dos três piores do Brasil no terceiro trimestre deste ano. Os números da Pnad mostram que, agora, o Pará está na 9ª colocação, com rendimento médio de R$ 1.720. É cerca de R$ 250 a mais que o último colocado, o Maranhão (R$ 1.478), porém está cerca de R$ 2.350 distante do rendimento médio dos trabalhadores do Distrito Federal (R$ 4.066).
Confira o levantamento do Blog do Zé Dudu mostrando quanto os trabalhadores ganham, em média, pelo trabalho principal nas 27 Unidades da Federação.
RENDIMENTO DO TRABALHADOR POR UF
- Distrito Federal: R$ 4.066
- São Paulo: R$ 2.985
- Rio de Janeiro: R$ 2.844
- Santa Catarina: R$ 2.830
- Rio Grande do Sul: R$ 2.725
- Paraná: R$ 2.552
- Mato Grosso: R$ 2.431
- Mato Grosso do Sul: R$ 2.414
- Goiás: R$ 2.315
- Espírito Santo: R$ 2.286
- Tocantins: R$ 2.220
- Amapá: R$ 2.198
- Acre: R$ 2.159
- Rondônia: R$ 2.145
- Roraima: R$ 2.118
- Minas Gerais: R$ 2.104
- Rio Grande do Norte: R$ 1.880
- Sergipe: R$ 1.776
- Pará: R$ 1.720
- Alagoas: R$ 1.717
- Ceará: R$ 1.707
- Amazonas: R$ 1.694
- Paraíba: R$ 1.692
- Pernambuco: R$ 1.659
- Bahia: R$ 1.524
- Piauí: R$ 1.492
- Maranhão: R$ 1.478
Fonte: Blog do Zé Dudu