Brasil – Apontado pela polícia e pela Promotoria como um dos principais chefes do PCC e do tráfico de drogas da Baixada Santista, Fábio Dias dos Santos, 35, o Gordão, foi colocado em liberdade por determinação da sexta turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Quando foi preso em julho de 2017, em Peruíbe (litoral paulista), Santos estava na lista da Interpol e era procurado pela polícia de 52 países sob a acusação de participar de esquema de envio de cocaína à Europa e África via Porto de Santos. Ele foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão. À época, estava foragido havia cerca de três anos e usava documentos falsos.
De acordo com a Polícia Federal e integrantes da cúpula da segurança pública de São Paulo, Santos é um dos principais comparsas de André de Oliveira Macedo, o André do Rap, solto em outubro de 2020 por determinação do ministro Marco Aurélio Mello, então no STF (Supremo Tribunal Federal).
Santos teve sua prisão preventiva relaxada porque os ministros da sexta turma do STJ entenderam, por unanimidade, que o réu estava preso havia tempo demais sem uma sentença condenatória definitiva. Por esse motivo, segundo os magistrados, teria o direito de aguardar em liberdade o julgamento da apelação.
A condenação dele ocorreu em 2015 e, em 2018, foi confirmada pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região. O tribunal também elevou a pena total de 12 para 15 anos de reclusão. Desde então, a defesa recorre dessa decisão.
De acordo com o ministro relator Rogério Schietti Cruz, não ficou comprovado no processo, conforme “caberia ao Tribunal de origem demonstrar, ainda que minimamente”, que uma prova juntada aos autos pela defesa teria caráter manifestamente protelatório ou meramente tumultuário”.
“Uma vez que se reconhece a nulidade do acórdão da apelação, com a determinação de que seja realizado novo julgamento, configurado está o apontado excesso de prazo na custódia cautelar, que perdura há mais da metade do tempo pelo qual foi o paciente condenado (12 anos de reclusão)”, diz.
Santos estava preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde ficam concentrados presos suspeitos de ligação com o PCC. Ali também estava o comparsa André do Rap antes de conseguir um habeas corpus e fugir na sequência.
Além de Santos e André do Rap, a Justiça também determinou a soltura, em setembro deste ano, de Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, apontado pelas forças de segurança paulista como um dos principais chefes do tráfico da favela de Paraisópolis, zona sul da capital paulista.
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