A reforma das leis trabalhistas, concretizada em 2017, não tirou direitos de trabalhadores formais e estendeu alguns deles a trabalhadores sem carteira assinada. Além disso, permitiu a geração de postos de trabalho relacionados à nova economia, disse o empresário e ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf nesta terça-feira (11).
Ele criticou o discurso do ex-presidente Lula e da presidente do PT, Glesi Hoffmann, que demonstraram intenção de revogar a reforma, aprovada durante o governo Temer, e garantiu que não houve retirada de direitos dos trabalhadores, mas a extensão de alguns para profissionais sem registro em carteira.
Segundo Skaf, a proposta de revogação da reforma tem como objetivo retomar a cobrança do imposto sindical.
“O que os sindicatos e o PT querem é o imposto sindical”, afirmou. “Esse discurso é pura politicagem e intenção de buscar a volta do imposto sindical, fazendo com que (os trabalhadores) sejam obrigados a pagar.”
O ex-presidente da Fiesp defende que “não houve prejuízo a trabalhador nenhum” com a aprovação da reforma em 2017. “A nova reforma trabalhista permitiu novos empregos, teletrabalho de forma legal, trabalho em casa (home office), tirar férias em até três vezes, o negociado sobrepor ao legislado”, ressaltou.
“Todos os direitos fundamentais garantidos pela Constituição foram mantidos: aviso prévio, férias, décimo terceiro”, disse Skaf. “Foi dada segurança aos terceirizados, o que não havia na CLT e passou a existir”.
Skaf diz que as reformas trabalhista e previdenciária “estão feitas” e que retomar a discussão sobre revogações “é quase uma perda de tempo”, e que o foco deve ser a aprovação das reformas administrativa e tributária.
Criação de empregos
Skaf disse que, de forma isolada, reforma trabalhista não garante crescimento, mas que é a base para criar um ambiente de negócios favorável a investimentos.
“A criação de emprego vem com crescimento econômico, com investimentos, e eles vêm com ambiente favorável dos negócios, quando você tem uma legislação moderna, desengessada, quando tem segurança jurídica, quando você dá segurança aos investimentos e estimula o crescimento”, afirmou.
Ele afirmou que é preciso que a lei passe a contemplar novas categorias, como a de entregadores e motoristas de aplicativo, mas ressaltou: “não é porque você tem uma situação que precisa ser debatida que você vai condenar uma reforma bem-feita”, concluiu.
Fonte: CNN Brasil