Nesta terça-feira, 19, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) concedeu um habeas corpus para um dos três empresários presos na última terça-feira, 12, durante a operação “Apate II”, deflagrada pelas Polícias Civis do Pará e do Rio Grande do Sul. Ele responderá ao processo em liberdade. Segundo a polícia, o trio é sócio de uma empresa de apostas esportivas online, que supostamente integra um esquema de lavagem de dinheiro que originava do tráfico de drogas.
Para o advogado criminalista Lucas Sá, que defende os três empresários investigados, “a justiça paraense compreendeu que a ordem de prisão perdeu a sua finalidade, pois já prestaram esclarecimentos e as buscas e apreensões foram realizadas pela Polícia Civil, sempre com a colaboração das empresas e dos sócios”.
Lucas Sá considera que não havia necessidade para a prisão. “É evidente que não havia necessidade alguma de prisão, pois tudo poderia ter sido esclarecido em depoimentos e apresentação de documentos para a autoridade policial”, declarou, ao acrescentar que o material apreendido pela polícia, como celulares, computadores e documentos tanto dos empresários quanto dos empreendimentos deles, detém provas consideradas importantes acerca da inocência de todos.
“Precisamos ter acesso para que tudo possa ser esclarecido o quanto antes, pois está havendo um grande dano ao nome e imagem dos empresários e dos seus negócios, em especial sobre a popularmente conhecida como NBET91, que é detentora de grande credibilidade e respeito junto aos seus clientes no Brasil inteiro”, afirmou o criminalista.
O advogado Lucas Sá considera que, durante as investigações houve um “mal-entendido” por parte da polícia. “A partir de uma investigação sobre tráfico de drogas no Rio Grande do Sul, encontraram transferências bancárias que foram realizadas por pessoas que eram investigadas por tráfico de drogas para algumas empresas do grupo empresarial dos clientes. Acontece, que é muito difícil, para não dizer impossível, o empresário saber a origem do dinheiro dos seus clientes. Eles podem simplesmente esconder isso ou mentir a respeito e a conta não pode ficar para o empresário pagar com a sua liberdade”, explicou Lucas.
E exemplificou: “A grosso modo, quero dizer que quando vamos em um supermercado, por exemplo, o caixa não pergunta se você é delegado de polícia ou se você é um traficante na hora de passar as compras”.
Lucas Sá disse também que a defesa ainda não teve acesso aos celulares, computadores e documentos apreendidos, para que se possa demonstrar a legalidade de todas as operações realizadas pelas empresas do grupo. “Então, é importante deixar claro o sério interesse dos clientes em colaborar com as investigações, para que tudo seja resolvido o quanto antes, pois nunca responderam um processo criminal na vida”, garantiu.
Com relação aos dois empresários que seguem presos, o criminalista entende que é “questão de tempo para que estejam em casa com suas famílias, pois se encontram nas mesmas circunstâncias do que já foi solto e é injusto mantê-los presos, quando está evidente que querem colaborar com as investigações para que tudo seja esclarecido o mais rapidamente possível”.