Consumo moderado de álcool pode reduzir risco de demências em 40%, aponta pesquisa

Foto: Imagem ilustrativa

Um estudo realizado por cientistas australianos publicado na revista Addiction na última quinta-feira, 22, sugere que o hábito de ingerir bebidas alcoólicas diariamente pode reduzir as chances do indivíduo apresentar demências em quase 40%. Na pesquisa, foram revisados 15 estudos com informações sobre o consumo de álcool e as taxas de demência de um grupo equivalente a 24 mil indivíduos.

Os participantes, de seis continentes diferentes, haviam preenchido questionários informando sobre o consumo diário de álcool e nenhum deles apresentava demência no momento inicial dos estudos e os registros permitiram que as condições de saúde deles fossem observadas por cerca de 40 anos.

Os estudiosos dividiram as informações dos voluntários em cinco grupos de acordo com o consumo diário deles de álcool: abstêmio, ocasional (que ingeriam menos de 1,3 g), leve a moderado (1,3 g até 25 g), moderado a pesado (25 g a 45 g), e pesado (mais de 45 g diárias). Em média, 470 ml de cerveja (dois copos americanos e meio) contém cerca de 16 gramas de etanol. Por outro lado, uma taça de vinho contém aproximadamente 18 g da substância.

Os estudiosos citam que “Beber até 40 g diariamente se mostrou benéfico à diminuição do risco de demência comparado a uma vida abstêmia”, indicou a pesquisadora Louise Mewton, uma das responsáveis pelo trabalho. “Os resultados são consistentes com estudos prévios sobre o assunto, que também apontaram como tanto o consumo excessivo quanto a falta de álcool parecem estar associados ao maior risco de demência”. Os dados também revelam que os grupos de consumo leve a moderado e moderado a pesado foram os que menos apresentaram doenças como o Alzheimer, em comparação aos abstêmios.


Uma hipótese para a justificativa dos dados obtidos é de que a ingestão moderada do álcool reduz a formação de placas de gordura no cérebro. A condição está relacionada como uma das possíveis causas para o surgimento de demências. Outra suposição é de que o etanol, em baixa quantidade, ajuda a melhorar o bom colesterol.

Apesar de os cientistas terem identificado uma menor taxa de demência em indivíduos que ingeriam álcool diariamente, eles apontam que mais estudos devem ser realizados para comprovar a relação da substância com o desempenho cognitivo.

Com informações do Metrópoles

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