sexta-feira, 18 de outubro de 2024

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Mais de 80 municípios do Pará criam fluxo de atendimento pela saúde mental de adolescentes

Foto: Divulgação

O cenário dos impactos à saúde mental de adolescentes, principalmente durante a pandemia, movimentou os 124 municípios paraenses que fazem parte do Selo UNICEF, edição 2021-2024. Os municípios, durante aproximadamente cinco meses, identificaram as principais demandas e necessidades em saúde mental de adolescentes, e mapearam equipamentos, projetos e recursos humanos de promoção à saúde. A ação integra um conjunto de estratégias do Selo UNICEF, edição 2021-2024, que visa melhorar os indicadores sociais ligados às infâncias e adolescências, e até o momento, 84 municípios concluíram este processo, que teve como resultado a criação do fluxo de atendimento à saúde mental para adolescentes. Este documento, por sua vez, norteará a implantação do serviço psicossocial especializado até 31 de dezembro de 2022.

 

O bem-estar psicológico é grande neste contexto de pandemia, que impacta a saúde emocional de crianças e adolescentes. Em agosto de 2022, estudantes entre 11 e 19 anos ouvidos em pesquisa do Fundo das Nações Unidas pela infância (UNICEF), em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), afirmaram que é necessário que a escola ofereça atendimento de profissionais para apoio psicológico (80%), e espaços em que eles possam falar sobre os sentimentos (74%). Segundo os entrevistados, no entanto, esses dois itens nos três meses que antecederam a pesquisa, só foram oferecidos por 39% e 43% das escolas, respectivamente.

 

A psicóloga e Mestra em educação, Alessandra Xavier, da Universidade Estadual do Ceará, consultora responsável pela criação dos documentos auxiliares e formação das equipes técnicas dos municípios, para a criação dos fluxos em saúde mental no Selo UNICEF, reafirma que o papel da escola é fundamental no fortalecimento do bem-estar psicológico de meninos e meninas. “O ambiente escolar precisa ser acolhedor e oferecer proteção, recursos de fortalecimento da autoestima e de confiança na capacidade de resolver problemas”, declarou a consultora durante a primeira aula virtual de construção do fluxo de saúde mental em junho de 2022.

 

Mobilização intersetorial pela saúde mental

Paraupebas é um dos 84 municípios paraenses que concluíram a elaboração do fluxo de atenção à saúde mental de adolescentes. O supervisor da rede atenção psicossocial do município, Wagner Dias Caldeira, celebra os avanços conquistados por meio da elaboração do documento. “Ao construir a biblioteca do cuidado nós observamos que não conhecíamos todas as potencialidades do município. Nós identificamos associações, serviços e pessoas que desenvolvem ações que podem ter um fator protetivo para saúde mental de crianças e adolescentes”, reflete Wagner. Ao todo mais de 100 instituições e iniciativas foram mapeadas durante a elaboração do fluxo.

 

Outro ponto destacado por Wagner é que as ações de promoção da saúde mental, antes da elaboração do fluxo, estavam muito centralizadas na inauguração de espaços de saúde especializados neste atendimento. “A gente pensava de forma muito isolada. O Selo UNICEF nos trouxe a ideia de rede. Hoje, já compreendemos que o cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes deve ser feito em todos os lugares, principalmente em rede, e não de forma isolada”.

 

Adolescentes e a saúde mental

Para  Jhonata Pinheiro, 16 anos, integrante do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA) de Parauapebas, uma de suas maiores preocupações quando se fala em saúde mental é quando o estado de sofrimento da pessoa é tão grande a ponto de se automutilar ou até mesmo cometer suicídio.

 

Quem vê Jhonata ser um protagonista e defensor da causa não imagina que ele já chegou a pensar que sofrimento emocional era “frescura, coisa de louco ou de quem é fraco”. Após participar de encontros, palestras e rodas de conversa sobre o tema, principalmente em sua escola, a percepção mudou radicalmente. “Precisamos ter consciência e informações sobre o assunto, até para que possamos ajudar outros adolescentes”.

 

Para apoiar na campanha do Setembro Amarelo, o NUCA de Parauapebas tem feito ações de sensibilização nos lugares onde adolescentes e jovens estão muito presentes: as redes sociais. De adolescente para adolescente, Jhonata acredita que o diálogo flui melhor. “Acho que devemos ter experiências próximas à nossa realidade, ouvirmos realmente a realidade de alguém que tem a mesma faixa etária que a gente, não ficar naquela superficialidade de um adulto falando coisas que às vezes parecem aleatórias, sendo que um adolescente às vezes pensa muito diferente de um adulto”, declara o rapaz.

 

Selo UNICEF

O Selo UNICEF é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para estimular e reconhecer avanços reais e positivos na promoção, realização e garantia dos direitos de crianças e adolescentes em municípios do Semiárido e da Amazônia Legal brasileira. Nesta edição, a saúde mental de crianças e adolescentes é um dos temas a serem trabalhados pelos municípios que aderiram à estratégia. No Pará, a estratégia tem como parceria técnica o Instituto Peabiru, e o apoio da Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará, Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó, Secretaria de estado de Educação (Seduc-PA), Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), Tribunal de Contas dos Municípios e Ministério Público do estado.

 


Para acompanhar as ações do Selo UNICEF: www.selounicef.org.br

 

Lista de municípios que elaboraram o fluxo de saúde mental para adolescentes no Pará:

  1. Abaetetuba

  2. Acará

  3. Afuá

  4. Almeirim

  5. Altamira

  6. Anajás

  7. Ananindeua

  8. Augusto Corrêa

  9. Bagre

  10. Baião

  11. Barcarena

  12. Belterra

  13. Benevides

  14. Bragança

  15. Breu Branco

  16. Breves

  17. Bujaru

  18. Cachoeira do Arari

  19. Canaã dos Carajás

  20. Capitão Poço

  21. Castanhal

  22. Conceição do Araguaia

  23. Concórdia do Pará

  24. Curionópolis

  25. Curralinho

  26. Curuá

  27. Curuçá

  28. Dom Eliseu

  29. Eldorado do Carajás

  30. Garrafão do Norte

  31. Goianésia do Pará

  32. Inhangapi

  33. Irituia

  34. Itupiranga

  35. Limoeiro do Ajuru

  36. Mãe do Rio

  37. Magalhães Barata

  38. Marabá

  39. Marapanim

  40. Marituba

  41. Medicilândia

  42. Mocajuba

  43. Moju

  44. Mojuí dos Campos

  45. Nova Ipixuna

  46. Novo Progresso

  47. Óbidos

  48. Oeiras do Pará

  49. Oriximiná

  50. Ourém

  51. Ourilândia do Norte

  52. Pacajá

  53. Paragominas

  54. Parauapebas

  55. Piçarra

  56. Placas

  57. Ponta de Pedras

  58. Portel

  59. Rio Maria

  60. Rondon do Pará

  61. Salinópolis

  62. Salvaterra

  63. Santa Bárbara do Pará

  64. Santa Cruz do Arari

  65. Santa Izabel do Pará

  66. Santarém

  67. São Caetano de Odivelas

  68. São Domingos do Capim

  69. São Félix do Xingu

  70. São Francisco do Pará

  71. São João de Pirabas

  72. São João do Araguaia

  73. São Miguel do Guamá

  74. São Sebastião da Boa Vista

  75. Terra Santa

  76. Tomé-Açu

  77. Tracuateua

  78. Tucumã

  79. Tucuruí

  80. Ulianópolis

  81. Vigia

  82. Viseu

  83. Vitória do Xingu

  84. Xinguara