O Natal é um momento mágico, principalmente para as crianças, que sonham, acreditam e esperam receber um presente do Papai Noel. E o pequeno John Lennon, de apenas 9 anos colocou em um pedacinho de papel, o seu desejo para o Papai Noel dos Correios. E, a cartinha começa assim: “Querido, Papai Noel, meu nome é John Lennon, tenho 9 anos, quero muito ganhar uma bola, uma chuteira e uma camisa do Flamengo. Obrigado, Papai Noel”. Escreveu ele, à mão.
Mas, o que a família da criança e o garotinho não esperavam é que o sonho do menino se tornaria um pesadelo.
Bruna Batista, mãe de John Lennon levou a cartinha do filho até uma das agências dos Correios da capital de Mato Grosso do Sul, e desde então, a incerteza e a expectativa dividiram o coraçãozinho do menino. Primeiro, porque não tem como confirmar se a cartinha da criança será adotada. Segundo, porque somente o padrinho sabe o que há dentro do pacote, antes da criança abrir o presente.
Assim como John, seus outros quatros irmãos escreveram cartinhas para a campanha dos Correios. John e seus irmãos, que são mais novos do que eles, foram tomados pela alegria quando o carro da empresa de correspondências parou na frente da casa do avô do menino, no bairro Vila Cidade Morena, região sul de Campo Grande.
A expectativa então tomou conta das crianças, pois eles queriam saber quais deles teriam sido apadrinhados. Mas, para o desânimo dos menores, apenas o irmão mais velho teve a carta escolhida.
Mesmo para àqueles que têm tão pouco, o único presente foi motivo de uma grande festa compartilhada. A mãe das crianças chegou a registrar o momento com o presente ainda fechado, comemorando o apadrinhamento da carta.
Muito bem embrulhada, era impossível imaginas que dentro estava algo que frustaria a criança. Dentro do embrulho estava um presente completamente fora dos padrões de uso, como comenta a tia do menino, Rosa Mosa.
“Ele pediu a chuteira e tinha uma chuteira toda descolada, velha, sem palmilha, com número maior que o dele, sem condição de uso”, afirma Mosa. O coração de John foi inundado de frustração. “Na hora que ele abriu, ele ficou triste. Ficou sem palavras, entristeceu. Foi de cortar o coração”, comenta a tia.
“Ele ficou sem reação, porque até eu não sabia o que falar para ele”, lembra a mãe do menino.
Após o choque, a revolta tomou conta de toda a família. “O meu pai foi me contar a história, eu falei ‘é um absurdo, isso aqui não pode ser, é muita maldade, a pessoa não pode fazer um negócio desses’. No Natal, pegar uma cartinha de uma criança e fazer esse tipo de coisa?”, questiona Rosa.
